Apenas em um dia, 12 pessoas tiveram a morte confirmada pela doença na Região Carbonífera. Mês de maio teve 65 óbitos registrados apenas em Criciúma e médicos reforçam a importância da proteção.
Embora o número de casos ativos de Covid-19, em Criciúma, tenha estabilizado – com pequenas variações para mais e para menos – as mortes pela infecção seguem aumentando, dia após dia. Desta forma, o alerta contra a doença deve seguir ligado. Apenas no mês de maio, a Vigilância Epidemiológica da cidade registrou 65 óbitos por Covid-19.
Nesta terça-feira, primeiro de junho, mais cinco mortes foram confirmadas – homens de 33, 47, 77, 71 e 81 anos – e a cidade chega ao assustador número de 499 mortes causadas pelo novo coronavírus. “Deve-se manter os cuidados. E, independente dos casos ativos manterem estabilidade, os óbitos correspondem a um paciente com 15 dias de permanência hospitalar em média. Isso vai repercutir em uma internação de 10 a 20 dias atrás. O paciente fica um tempo longo na UTI e, alguns deles, evoluem a óbito”, comenta o Diretor Técnico do Hospital São José (HSJ), Raphael Elias Farias.
Nos 31 dias de maio, Criciúma contabilizou 3.039 novos casos de coronavírus e 3.235 recuperados. Conforme os boletins epidemiológicos, desde o início da pandemia, em março de 2020, foram contabilizadas 32.529 pessoas infectadas com a doença, 31.311 recuperadas e 494 mortes de residentes da cidade. “Por mais que os casos poderiam estar em queda, mas os óbitos estão aumentando devido a esse percentual de pacientes internados que ocupam as UTIs em quase 100%”, pontua o médico.
Atenção com os números da região
O Hospital São José atende pacientes de toda a Região Carbonífera e também de outras regiões, por isso, o comparativo de número deve ser feito com maior abrangência. E o percentual de ocupação, nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do SUS segue preocupando. “Por mais que os índices de Criciúma possam estar em estabilidade, o hospital atende toda a região e pacientes de outros municípios. Então, o nosso comparativo não pode ser feito só com os casos ativos de Criciúma, mas, sim, com o contexto regional. A região está com um percentual de ocupação de UTIs de 100%”, ressalta Farias.
Embora a espera por uma internação em UTI não chegue a 24 horas, sempre há algum paciente aguardando leito. “Está girando muito. Durante os dias ficamos com três pessoas na espera, mas já desocupa algum leito. Nunca fica mais de 24 horas na espera, mas já tivemos momentos de maiores dificuldades”, pontua o médico.
A perspectiva é por um aumento nos casos de Covid-19, nos próximos dias e semanas. Desta forma, a atenção para os cuidados preventivos deve ser ainda maior. “A perspectiva do Estado é de um aumento nos casos. Recebemos um alerta ontem(segunda-feira), que, na última semana, houve uma alta de 9% no número de internações. Com as suspeitas das novas variantes, há uma preocupação de que os casos, sim, possam aumentar nos próximos dias ou semanas”, diz.
O Secretário de Estado de Saúde, André Motta Ribeiro, tem demonstrado preocupação com a possível terceira onda. “Acho que pode ter um impacto tão grande quanto a segunda onda. Nas próximas duas ou três semanas deveremos ter momentos mais delicados”, diz Ribeiro.
Com informações do site TNSul