Hugo Pedro Felisbino integrou a Força Expedicionária Brasileira que lutou na guerra na Itália, em 1944
Um catarinense, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, venceu a Covid-19 aos 101 anos, em Joinville. Hugo Pedro Felisbino ficou 16 dias internado no hospital e recebeu alta na última quinta-feira (27), quando voltou para a casa da família e reencontrou a esposa, que também ficou internada por causa da doença.
Felisbino foi diagnosticado com Covid-19 e internado no Hospital Dona Helena. A internação aconteceu no mesmo dia em que a esposa recebeu alta, após tratamento contra o coronavírus. Olindia Maria, de 84 anos, ficou cinco dias na unidade hospitalar.
Segundo o neto Cleverson Maxwell Santos, os avós ficaram cerca de 20 dias sem se encontrar e Hugo Pedro sentia muita falta da esposa no período em que ficou internado. Eles mataram a saudade por chamadas de vídeo até que puderam se reencontrar ainda no hospital, quando o estado de saúde dos dois já havia melhorado.
– O vô dizia o tempo todo que ia sair dessa. Quando ele ficou sabendo que ganharia alta, quase não dormiu a última noite só esperando para ir embora – conta o neto.
A família toda comemorou a recuperação dos avós. Desde a alta hospitalar, Felisbino se recupera na casa de uma das filhas em Joinville. Apesar de morar em Camboriú, ele se deslocou até a maior cidade do Estado para fazer o tratamento médico próximo dos familiares.
Participação na Segunda Guerra Mundial
Hugo Pedro é natural de Tijucas, na Grande Florianópolis, onde nasceu em 1919. Ainda criança, perdeu a mãe para a gripe espanhola e ficou órfão aos 12 anos. Em seguida, mudou-se para Florianópolis e integrou o Exército brasileiro aos 18 anos, passando também pelo batalhão de Blumenau.
Aos 23 anos, foi destacado para a Força Expedicionária Brasileira que embarcou para a Itália, onde lutou na Segunda Guerra Mundial ao lado do exército dos Estados Unidos. Durante o período, Hugo Pedro ficou ferido em combate e quase morreu, mas sobreviveu e foi condecorado no retorno ao país.
Segundo o neto, o avô tem várias medalhas pelo Exército e também ganhou a Medalha de Sangue do Brasil, dada aos combatentes que foram feridos durante a guerra mundial.
– Hoje ele está bem sonolento por causa da recuperação da Covid e não está muito legal para conversar, mas ele é bem lúcido e conta todas as histórias da guerra – explica Cleverson.
Para manter viva a memória do ex-combatente, a família está preparando um livro para contar as histórias vividas por Hugo Pedro durante a Segunda Guerra Mundial. Ele já está em produção por um escritor de Camboriú.
Com informações do NSCTotal