Falta de manutenção já acontece antes mesmo da rodovia ser estadualizada. Secretaria de Infraestrutura prepara relatório com irregularidades para levar à empresa executora, já que a obra está no prazo de garantia.
Pouco tempo depois de ser inaugurada, em dezembro de 2017, a Rodovia Aristides Bolan, mais conhecida como Via Rápida, já apresentava sinais de abandono. Embora tenha sido estadualizada há pelo menos um ano, os primeiros trabalhos de manutenção realizados por parte do Governo davam conta que o cenário poderia ser diferente, mas na prática não aconteceu dessa forma. Atualmente, quem trafega pela localidade pode perceber algumas demandas a serem resolvidas, como a falta de roçada nos canteiros e a má condição nos acessos.
Em passagem pela Via Rápida, a reportagem do jornal Tribuna de Notícias pôde constatar algumas irregularidades ao longo da rodovia, como nos acessos ao Anel de Contorno Viário, onde as calçadas foram destruídas pelo excesso de peso e passagem irregular de veículos pesados. Além disso, outras demandas, como a falta de roçada nos canteiros, sinalização precária e a falta de iluminação são apontadas pelos moradores da região.
“Louvemos quem a idealizou e a concretizou, mas atualmente é o símbolo do desleixo de autoridades estaduais, de Criciúma e de Içara. Deveria ser um cartão-postal da cidade de Criciúma, admirada por todos os que ela transitassem, os visitantes que por aqui aportam. Mas o inspira é o relaxamento, o abandono, como se o que é do povo não valesse nada”, explana o aposentado criciumense, Jorge Daros.
O morador reclama do cenário que vê quanto passa pela Via Rápida. “É irritante ver uma obra em si tão bonita, tão útil, inacabada, semiabandonada. Aqueles que a idealizaram certamente cansaram de lutar por ela, pois as dificuldades foram imensas, mas com conservá-la seria o de menos. Não há desculpa para o abandono em que se encontra, sendo tomada pelo mato no canteiro central e nas laterais, com entradas mal feitas, retornos inacabados e sinalização precária e confusa”, acrescenta.
O pedido é por mais atenção das autoridades estaduais, bem como dos municípios do entorno. “O que peço é que limpem periodicamente o canteiro central, as margens da estrada e que não deixem criar buracos como está acontecendo, sinalização muito pequenina, entrada caótica na BR-101, falta de saída para a 3ª Linha, sinalização terrível na chegada a Criciúma. Uma estrada que seria de primeiro mundo”, completa.
Apesar do apelo da população, as demandas continuam acumulando e não são resolvidas pelo poder público. “Depois de concluída e inaugurada, foi esquecida. Apesar de tantas reclamações e pedidos até da Acic, desanimamos. Foi abandonada, apenas algum reparo no mato e só. Impressionante como os responsáveis não têm noção da importância desta rodovia para servir a população, para promover a cidade, chamar turistas. Quem é que quererá vir a nossa casa se o caminho é uma calamidade? Vamos gritar, senão vai piorar”, finaliza Daros.
Relatório está sendo preparado
A Via Rápida é uma obra recente, inaugurada há apenas três anos e com prazo de garantia de cinco anos. De acordo com o coordenador da Regional Sul de Infraestrutura, Gustavo Taufembach, as irregularidades estão sendo levantadas para serem levadas ao setor jurídico do Estado. “Está sendo realizado um relatório apontando os defeitos para encaminhar à empresa executora, uma vez que a obra ainda está em prazo de garantia”, explica.
A Aristides Bolan liga a Avenida Centenário no bairro Próspera, em Criciúma, até a BR-101, na localidade Poço Oito, em Içara. Esse é o primeiro acesso duplicado até a rodovia federal e teve o investimento de mais de R$ 150 milhões.
Com informações do site TNSul