Pistas do sentido Centro da rodovia foram bloqueadas por moradores da região em protesto pela morte de um adolescente de 12 anos num tiroteio da Costeira, na madrugada anterior
As pistas do sentido Centro na Via Expressa Sul, em Florianópolis, foram bloqueadas nesta sexta- feira (13), durante protesto de moradores contra a morte de um adolescente de 12 anos, em um tiroteio contra a PM (Polícia Militar). O caso ocorreu na madrugada desta quinta-feira (12).
Há registro de fumaça e veículos trafegando na contramão para fugir da barreira montada na via, que liga o Centro ao Sul da Ilha de Santa Catarina.
A equipe da NDTV foi até o local e confirmou uma troca de tiros.
Entenda o caso
De acordo com a PM, as guarnições foram até o morro da Costeira na noite de quinta-feira para resgatar duas pessoas que estariam amarradas em postes, segundo uma denúncia.
Chegando ao local, os policiais encontraram apenas um homem, sem lesões graves. “Ele estava muito assustado e pedia ajuda”, relata o comandante do 4ºBPM, Dhiogo Cidral.
Ainda segundo a PM, quando os policiais iniciaram o resgate da vítima, um grupo de criminosos subiu a escadaria da servidão e começou a atirar contra os policiais. A guarnição, então, reagiu e efetou disparos contra o grupo.
Após o fim do tiroteio, o grupo fugiu para dentro da comunidade e não foi localizado. A PM afirma que fez, então, uma varredura no local e encontrou o adolescente de 12 anos já sem vida.
A Polícia Militar afirma ainda que ele estava com uma pistola e uma porção de drogas. Conforme a corporação, o menino não tinha passagem pela polícia.
Família da vítima fala em injustiça
Segundo a irmã dele, Inael Mirele Gregório dos Santos, de 22 anos, o garoto era tranquilo e não tinha envolvimento com o tráfico. A reportagem não irá identificar o menino.
“Estamos sem acreditar que isso está acontecendo. A minha outra irmã ouviu os disparos, eram muitos tiros, nós descemos de pijama para ver o que estava acontecendo”, conta Inael.
A jovem relata ainda que não entende porque o garoto estava na rua naquela hora. E que, após o ocorrido, uma vizinha teria dito que um amigo o havia chamado para ir até o local.
“Meu irmão gostava de dormir cedo, era criança na essência, nunca se envolveu com coisas erradas. Gostava de brincar, jogar futebol e com o cachorrinho que ele havia ganhado de um vizinho”, diz a irmã.
Inael mora com a mãe, uma irmã de 15 anos, e tem uma filha de cinco anos. A família questiona a ação da PM e promove uma manifestação durante a manhã desta sexta-feira no bairro.
Contraponto
O comandante Dhiogo Cidral reforça que a polícia agiu em legítima defesa e que foi até o local para resgatar as vítimas que estavam presas ao poste.
“A intervenção policial se deu para salvar as vítimas, a polícia foi atacada. Fomos alvejados enquanto ainda estávamos libertando a vítima no poste, por sorte ele não ficou ferido”, afirma Cidral.
Com informações do NDMais