Entre as denúncias, os motivos para a diminuição no número de médicos e demais trabalhadores do setor, no momento de maior necessidade, já que a cada dia, aumentam os números de casos e mortes em decorrência de Covid-19.
A falta de condições enfrentada pelos profissionais de saúde de Criciúma motivou a elaboração de um documento, por parte do Conselho Municipal de Saúde, que será enviado ao Ministério Público. Entre as denúncias, os motivos para a diminuição no número de médicos e demais trabalhadores do setor, no momento de maior necessidade, já que a cada dia, aumentam os números de casos e mortes em decorrência de Covid-19.
Segundo o presidente do Conselho, Júlio César Zavadil, cerca de 15% dos profissionais de saúde estão afastados por suspeita ou confirmação de Covid-19, ao mesmo tempo que aumenta a demanda.
“No Centro de Especialidades do Santo Antônio, teve médico contaminado atendendo pessoas, mas sem higienizadora desde segunda-feira. A cada pessoa que entra no ambulatório, ele deve ser higienizado. Se não for, a pessoa que entrar ali pode ser contamina. O médico que estava contaminado atendeu por um período e as pessoas foram atendidas. No Cerest [Centro de Referência em Saúde do Trabalhador] também. Eram três médicos com suspeita, dois positivados e um não. Mas esses dois médicos atenderam diversos usuários que deveriam estar sendo monitorados e não temos as informações do monitoramento dessa questão. E com o número reduzido de profissionais, está tendo mais aglomeração nos espaços de saúde. Faz com que mais pessoas estejam doentes”, explica.
Para o médico psiquiatra e que também é membro do Conselho, Giovani Rizzo, no momento de maior necessidade, pelo aumento de casos, a estrutura diminuiu a qualidade. “No início teve toda uma organização e planejamento em termos de saúde pública, e conforme foi passando o tempo, quando mais precisa, não tem isso. Antes tinha dois centros de triagem. Tinha uma organização maior. Tinha mais profissionais envolvidos. É complicado”, afirma o profissional, que está afastado desde segunda-feira devido à doença.
Quando foi até o Centro de Triagem, nessa quinta-feira, o médico se impressionou com o que viu. “Eu atendia no Centro de Triagem até o final de abril. A procura era menor. Não via as pessoas se aglomerando na sala de mais ou menos 50 metros quadrados. Hoje [quinta] de manhã, quando eu fui fazer o exame, eu fiquei apavorado. Umas 18, 20 pessoas. Todo sentado em cadeiras, num espaço pequeno, sem ventilação adequada. É algo surreal. Quem for lá, em um horário tipo 10h30, 11h, vai ver, porque não é de hoje. E se tem proliferação de contágio em ambientes fechados, onde não têm ventilação adequada, e coloca 18 pacientes com sintomas respiratórios, já que ninguém vai lá por nada, se você não tem, vai pegar. E qual é a chance de um profissional atendido pegar? É muito grande. Nem o mínimo se faz“, relata.
Com informações do site TNSul