Timbé do Sul e Siderópolis foram os municípios que mais sofreram estragos.
A formação de um ciclone extratropical causou fortes chuvas na região e manteve as condições instáveis nos municípios da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) e Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc). De acordo com a Defesa Civil, a tendência é que o tempo fique melhor a partir de amanhã, quando o ciclone se afasta para o alto mar. Ontem, estragos foram causados em municípios da região, como queda de pontes, alagamentos e comunidades que ficaram ilhadas. Timbé do Sul e Siderópolis foram os municípios mais prejudicados pelo mau tempo.
Em Criciúma, o coordenador interino na Defesa Civil de Criciúma, Jeferson Santos, conta que o monitoramento dos rios foi realizado durante todo o dia e não chegou a assustar, pois o volume de chuva, embora tenha sido significativo, foi amenizado em razão de o solo ainda não estar muito encharcado. “A estiagem dos últimos meses fez com que o solo não ficasse tão molhado com as chuvas dos últimos dias. Geralmente essa chuva contínua, com volume de hoje, causaria deslizamentos de terra, e como o solo estava muito seco, nós não começamos a ter esse tipo de problema ainda”, explica Santos. Em Criciúma, 70 milímetros de chuva foram registrados até o início da noite de ontem. “De acordo com a previsão, quinta-feira já teremos um tempo mais estável na região”, completa Santos.
Vila Francesa
Profissionais da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Planejamento e Mobilidade Urbana e da Defesa Civil de Criciúma estiveram na rua João Thomaz Feliciano, no bairro Vila Francesa, na tarde de ontem, pois moradores estavam reclamando que a rua alaga constantemente. Os profissionais realizaram a limpeza de um córrego existente na localidade, auxiliando o escoamento das águas. No entanto, em um trecho da via, a Prefeitura de Criciúma não conseguiu efetuar a desobstrução da drenagem, implantada pelo governo municipal, por conta de ocupações irregulares (invasões), visto que edificações foram erguidas sobre os tubos, impedindo o acesso de máquinas e equipamentos da prefeitura. A Administração Municipal emitiu um comunicado e informou que estuda medidas para solucionar o problema referente à vala de drenagem.
Em Timbé, mais de 200 pessoas sem o acesso principal
Com o deslizamento de um trecho na BR-285, em Timbé do Sul, moradores da comunidade de Areia Branca ficaram se m o principal acesso, porque a água levou a cabeceira da ponte. Isso também aconteceu na comunidade de Molha Côco, assim como uma parte da comunidade de Serra Velha. No total, aproximadamente 200 pessoas ficaram sem o principal acesso que liga ao município de Timbé do Sul.
Trabalhadores da SETEP, que trabalhavam na retirada de seixo rolado do fundo do Rio ‘Serra Velha’, foram pegos de surpresa durante a realização de suas atividades. Conforme o chefe de gabinete do prefeito de Timbé do Sul, Edmilson Monsani, o Dinão, aconteceram dois fatos que fizeram com que isso acontecesse. “Chove desde ontem aqui. Aconteceram dois fatos atípicos, desmoronou uma parte da encosta da BR-285 e a chuva não cessava. Eles não sabiam do perigo por não conhecerem o local e ficaram ilhados”, fala Dinão. O helicóptero Arcanjo do Corpo de Bombeiros veio até Timbé e retirou os trabalhadores.
Segundo o Corpo de Bombeiros, além do Arcanjo, os bombeiros empenharam uma guarnição terrestre para apoio e possível necessidade de resgate por embarcação como plano B. Entretanto o resgate aéreo foi possível, garantindo a segurança dos quatro trabalhadores que não apresentavam ferimentos e estavam bem.
Evandro Amandio, coordenador da Defesa Civil do município conta que o acumulado ultrapassou 100 milímetros na cidade e que isso representa a média do mês de julho. “Alcançamos isso em um dia. Os rios ficaram bem cheios, mas nenhum relato de transbordamento”, relata. Segundo ele, algumas residências ainda estão cobertas por lonas em razão do vendaval que aconteceu nos últimos dias, enquanto outras estão com telhas recém fixadas.
Siderópolis
O trânsito de veículos ficou bloqueado nas pontes do Bianchini e Somariva, no município de Siderópolis. Isso porque, as chuvas elevaram o nível do Rio Jordão e a forte correnteza destruiu os desvios feitos com tubos de aço e aterro, ao lado das pontes em construção.
No município, a Defesa Civil registrou chuva de 60 milímetros. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras de Siderópolis, os motoristas devem buscar rotas alternativas para trafegar na região até que os trabalhos de reconstrução sejam concluídos. A Secretaria de Obras ainda alerta aos motoristas para que respeitem a sinalização indicativa nas pontes e não transitem com veículos acima de 10 toneladas nos locais proibidos.
Alerta da Defesa Civil
São esperadas rajadas de vento, na região, a partir de hoje. Estão previstas rajadas entre 60 e 75 km/h. Nas demais regiões do estado, os ventos devem ficar abaixo de 50 km/h. A Defesa Civil orienta que a população procure um local abrigado, longe de árvores, placas, postes de energia elétrica e de outros objetos que possam ser arremessados. Projeta-se longe de janelas, pois os vidros podem estilhaçar e acabar causando ferimentos.
Ontem, a condição de mar agitado na costa do Litoral Sul aconteceu devido a formação de um ciclone extratropical. No extremo Sul do Estado, ondas de altura entre 2,5 e 3 milímetros foram registradas pelo sistema de monitoramento da Defesa Civil.
Com informações do site TNSul