Levantamento foi feito pelo Tribunal de Contas (TCE) em parceria com um professor da UFSC. Atualmente, estado tem 5,1 mil pacientes já diagnosticados com coronavírus.
Um levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), por meio do auditor fiscal Silvio Sallum, em parceria com o professor Francis Petterini, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostra que Santa Catarina poderá ter mais de 7 mil casos de coronavírus até o dia 30 de maio. Foram usados dados de 114 estados e países para fazer a projeção. A ideia é que o levantamento ajude gestores nas decisões a serem tomadas por causa do novo coronavírus.
No mês de abril, primeira etapa do estudo, a projeção apontou que a curva de contágio real do estado foi mais contida que a previsão estatística. Para os pesquisadores, isso foi resultado das medidas de isolamento social. Para 10 de abril, o cenário estimado era de 1,4 mil casos. No entanto, na data, foram contabilizados 693. A previsão para 24 de abril era de 120 mortes — no dia 18, eram 32.
Neste segundo mês de levantamento, a projeção é de 7,4 mil pessoas diagnosticadas com Covid-19, incluindo 88 mortes, e taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva de 30%. Conforme balanço do governo divulgado na segunda-feira (18), eram 5,1 mil casos com 85 óbitos, e 21,95% dos leitos de UTI ocupados.
Conforme a pesquisa, os dados mostram que as medidas de isolamento social ajudaram para que o resultado real esteja abaixo do projetado.
Média de idade e mortes
O estudo ainda chama a atenção para a taxa de mortes causadas pelo coronavírus em Santa Catarina, menor que a média nacional. Isso ocorre porque ha menos casos de Covid-19 entre idosos, que fazem parte do grupo de risco. A média catarinense é de 16%, enquanto em outras localidades, como o Rio de Janeiro, esse número chega a 28%.
O estudo projeta que o pico da doença no estado não será em maio e que é recomendável manter o isolamento social para evitar a propagação da doença.
Outras doenças respiratórias
O estudo traz ainda dados sobre as mortes provocadas por outras doenças respiratórias. O TCE pediu à Secretaria de Estado da Saúde o levantamento de óbitos de janeiro, fevereiro e março dos anos de 2016 a 2019.
Os números mostram que há mais casos neste ano em relação à média dos últimos quatro anos. Somente no último mês de março, eram 68 registros a mais. Isso levanta a hipótese de que pode estar havendo subnotificação e alerta para a necessidade de novas avaliações em reação a isso.