A estiagem fez com que os banhos fossem controlados e até a sede esquecida.
Há cinco meses a família de dona Maria Inês Vieira Barreto não sabe o que é ter água. A estiagem fez com que os banhos fossem controlados e até a sede esquecida. Na casa, localizada no bairro Verdinho, em Criciúma, onde vive a mulher com o marido aposentado por invalidez, o filho, nora, quatro netos e uma irmã deficiente, existe um poço artesanal que olhando quase não se enxerga mais uma gota de água.
Na manhã de quinta-feira, a coordenadora da Defesa Civil de Criciúma, Ângela Mello, esteve no local para buscar uma solução para o problema. Conforme a moradora, ontem apenas as crianças tomaram banho. “Como eles iam para a escola tinha que mandar eles limpinhos, já eu só lavei o pé. Só tínhamos água porque busquei na casa do meu irmão, que mora no centro do Verdinho”, desabafou a mulher.
Maria Inês lembra que mora no local há cinco anos e nunca havia passado por uma situação como essa. “A gente já procurou a Casan para instalar a água, mas eles alegam que aqui é uma área minerada, só os que moram na rua principal possuem água encanada”, lembrou.
Segundo Ângela, hoje mesmo será feito um relatório e encaminhado para a secretaria do Sistema Social e para a Casan. “Vamos solicitar que a secretaria atenda as atuais necessidades daquela família e que a Casan leve água tratada para a residência de forma urgente. Lá moram crianças e uma deficiente, não podem ficar nessas condições”, considera.
Nesta semana o irmão de Maria Inês, que mora em uma casa no mesmo terreno, chegou a fazer mais dois poços à procura de água, porém, só encontrou carvão.
Nota oficial da Casan:
“O gerente regional da Casan de Criciúma, Alessandro Rabelo, foi procurado pela senhora Maria Inês, mas estava em período de férias, e o telefone celular da Casan está em manutenção na Capital e retorna ao uso na segunda-feira. Ela então procurou o gerente substituto, Juliano da Silva, que informou à senhora Maria Inês de que a área onde está sendo solicitada a implantação de rede de água tratada é uma propriedade particular e pertence à Carbonífera Criciúma. E corre na Justiça uma ação de reintegração de posse por parte da empresa, o que impossibilita à Casan a implantação da rede por se tratar de uma área particular.
Ela ainda procurou o gerente Alessandro Rabelo, em férias, e foi informada sobre o já citado acima. O gerente direcionou a moradora à coordenadora da Defesa Civil, Ângela Mello, para que a prefeitura faça o pedido à regional da Casan para ser levado à Capital a fim de autorizar implantação da rede.
A extensão de rede é de aproximadamente 400 metros, e a Casan disponibiliza 25 metros para cada ligação. O restante é a parte inviável, que fica sob a responsabilidade do solicitante. Para que seja viabilizada a rede de água tratada, os moradores precisam conseguir uma autorização junto à Carbonífera Criciúma”.
Alessandro Rabelo – gerente regional Casan Criciúma
Matéria: Portal Engeplus