Se não somos, precisamos desenvolver essa habilidade, possível a qualquer ser humano, independente de faixa etária.
Talvez nunca tenhamos escutado tanto a palavra resiliência como nos últimos tempos. E quem sabe, este momento de encerramento de ano seja o mais propício para fazermos uma reflexão sobre o tema, uma vez que esta é a época de reavaliarmos as ações que desenvolvemos, para traçarmos novas metas para o novo ano. E nessa avaliação nossa consciência dirá se somos ou não resilientes. Se não somos, precisamos desenvolver essa habilidade, possível a qualquer ser humano, independente de faixa etária.
Resiliência é a capacidade do ser humano de enfrentar desafios, pressões, obstáculos, traumas, tragédias e tantas outras situações adversas que surgem todos os dias na vida, mantendo o equilíbrio, encontrando soluções para lidar com os problemas, encarando as dificuldades como passageiras, e sendo flexível para adaptar-se às mudanças. O que passou não pode ser mudado, mas o “aqui e agora” requer de cada um a habilidade de se adaptar a novas situações, buscar alternativas para superar os traumas, pois o tempo não para e ninguém ficará juntando os cacos para ninguém. A vida continua e dá novas oportunidades, mas está dentro de cada um a força de recomeçar e ser feliz. Ela é cheia de dificuldades, submetendo todos a desafios constantemente: a perda de emprego, uma doença, um acidente, fim de um relacionamento, a morte de um ente querido, um roubo, enfim, de uma forma ou de outra todos são testados sempre, às vezes castigados até, mas tudo precisa ser administrado. Por pior que seja a situação vivida, é preciso passar por cima encarando os fatos e buscando um novo caminho. Fechar um capítulo e começar escrever outro. A vida é um desafio constante para todos, mas se fosse tudo fácil não teria tanto sentido. A beleza do encontro reside exatamente nas lutas pela procura.
Mas, como desenvolver e utilizar a grande virtude chamada resiliência? O primeiro passo para ser resiliente é ser otimista e reescrever a própria história após as adversidades da vida; adaptar-se às mudanças; vislumbrar uma nova realidade; ser flexível e aprender a lidar com os imprevistos do caminho, pois nem sempre o vento é favorável; olhar o lado positivo da vida minimizando os problemas e maximizando as coisas boas, porque os ciclos são permanentes, nada é para sempre; manter o autocontrole diante das tempestades da vida; aprender com os erros; exercitar a paciência; construir um novo futuro; controlar suas emoções; aprender a se colocar no lugar do outro.
Enfim, viver num mundo onde tudo muda numa velocidade incrível, ser resiliente é uma habilidade indispensável para vencer desafios, melhorando continuamente para adaptar-se às novas situações, sem permitir que os percalços do caminho impeçam a realização dos sonhos. As dificuldades sempre existirão… Mas, viver é preciso e é maravilhoso demais!
Carlos Drumond de Andrade nos dá um perfeito conceito de resiliência: “A dor é inevitável. O sofrimento, opcional”.