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População em situação de rua pode recorrer ao Centro Pop em Criciúma

Casa dispõe de refeições, vestuário, sanitários, lavanderia, entre outros serviços

Divulgação/Decom

“Todos têm uma família antes de passar por aqui. É isso que a sociedade não reconhece: que eles são sujeitos e que mesmo estando em situação de rua, possuem os seus direitos”, enfatiza a coordenadora do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), Maria Estela Costa da Silva. A casa, localizada na rua Martinho Lutero, 179-325, é vinculada à Secretaria de Assistência Social e Habitação e fica aberta de segunda a sexta-feira. Possibilitando a passagem da população durante o dia, a instalação dispõe de refeições, vestuário, sanitários, lavanderia, higiene pessoal, armazenamento de pertences e emissão de documentos.

Durante o último mês de setembro, 150 pessoas foram atendidas e 411 peças de roupas foram distribuídas. As refeições do Centro Pop seguem um cardápio preparado com opções diversificadas. Os cidadãos que recorrem ao local possuem direito a um lanche e um banho na parte da manhã e outro lanche no período da tarde. Além disso, a população possui atendimentos psicossociais que viabilizam possíveis encaminhamentos. “Muitas vezes eles estão em situações fragilizadas ou em conflitos, sejam familiares, existenciais ou até mesmo orgânicos. A gente tenta ter um olhar que possa atender a necessidade momentânea. Dessa forma vamos filtrando, as vezes é um acolhimento, outras um direcionamento, um local para ficar ou para comer”, comenta o psicólogo da instituição, André Fernandes Américo.

Com acolhimento e sem julgamentos, dentro dos trabalhos psicossociais, é trabalhado a autonomia dos usuários. Durante o processo, os profissionais buscam realizar o acolhimento e a escuta qualificada, identificando as vulnerabilidades e os encaminhamentos necessários para a superação de ciclos, como a fome, falta de moradia, desemprego, dentre outros.

“Esse é o papel principal da equipe: fazer com que os usuários tenham acesso aos direitos que a eles são garantidos. Nós temos vários casos, por exemplo, que foram encaminhados ao CadÚnico e pela situação que se apresentava de vulnerabilidade social e tinha direito ao Bolsa Família. Aqueles que possuem acima de 65 anos que têm direito ao Benefício de Prestação Continuada nós também fazemos o encaminhamento por aqui”, conta a assistente social do Pop, Leila Ferrari.

Divulgação/Decom

Parcerias

A casa ainda possui algumas parcerias. Uma delas é com o Consultório na Rua, que é acionado quando questões de saúde são identificadas. Além disso, devido a vinda de alguns itinerantes em busca de empregos, que não tinham êxito na contratação e precisam retornar a seu lugar de origem, a instituição recorre a empresa União, vencedora do processo licitatório. O percurso das passagens se restringe a Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Para Nelson Natalício Farias, o Centro Pop auxiliou no direcionamento de seus objetivos. “Eu vim para cá para conseguir uma vaga de trabalho e fui muito bem acolhido. Todos me trataram com muita educação, eu cheguei aqui e já ganhei um lanche, um tênis e agora consegui uma passagem para voltar para minha cidade”, diz.

A instituição também possui um quadro de vagas e auxilia a população na construção de currículo, entrega e conquista de emprego.

Futuro promissor

A equipe técnica do Pop está pensando em estratégias de proporcionar momentos de reflexão sobre a vida por meio de oficinas e encontros. “Me incomoda muito vê-los passar por aqui, tomar um banho, um lanche e voltar para a rua. É claro que a gente não vai conseguir salvar todos, mas que em um grupo de dez consigamos ao menos um. O sentido de salvar é conseguir fazer uma reinserção na sociedade”, diz Maria Estela.

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