Unidades visam o fortalecimento de vínculos e a garantia de direitos por meio de oficinas e outras atividades.
“A minha iniciativa de vir para cá foi por causa de uns problemas que eu tive na vida, como o início da minha depressão”, conta a usuária do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro Cristo Redentor, Elizete dos Santos Pereira da Cunha. Assim como ela, aproximadamente 7.136 famílias estão cadastradas nos Cras de Criciúma, que visam o fortalecimento de vínculos e a garantia de direitos às famílias.
Em Criciúma existem cinco centros, que estão localizados nas áreas de maior vulnerabilidade social. As unidades ficam nos bairros Cristo Redentor, Vila Miguel, Próspera, Santa Luzia e Renascer. As famílias com maiores situações de instabilidades econômicas e sociais são direcionadas aos Cras, que recebem um acolhimento e, posteriormente, são encaminhadas aos assistentes sociais e psicólogos.
Dentro dos serviços prestados, um deles é a ação particularizada, que consiste em um trabalho de escuta. Nessa etapa, é feito um atendimento individual com o objetivo de conhecer melhor os pacientes. “A gente realiza visitas domiciliares, faz os encaminhamentos necessários, que podem ser para projetos, para rede de atendimento do município, programas de transferência de renda ou outros benefícios eventuais”, explica a assistente social do Cras do bairro Cristo Redentor, Gleice Raupp da Cunha.
O trabalho coletivo também é realizado, por meio de oficinas com temas de interesse coletivo. As oficinas ocorrem de forma periódica e as temáticas são elaboradas em conjunto e discutidas, de forma de agregar conhecimento. “Eu vejo tudo isso como um trabalho muito importante para nós estarmos vendo a real necessidade das famílias e poder estar contribuindo para elas poderem se emancipar e caminhar com as próprias mãos”, acrescenta Gleice.
Resultados positivos
“Eu já estive no fundo do poço”, diz uma das facilitadoras dos cinco Cras de Criciúma, Marli Marcelino de Souza. Depois de ter ficado nove meses internada no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e por incentivo de suas vizinhas, dona Marli recorreu à unidade do bairro Vila Miguel. Devido a sua convivência, experiência e superação, hoje ela é uma das funcionárias do Cras.
“Eu não gostava de conversar com ninguém, nem com meus filhos. Eu não sabia nem o que era o Cras, mesmo sendo na porta da minha casa. Quando cheguei comecei a gostar e continuei. Eu nem consigo acreditar o jeito que eu era e o que eu sou agora. Eu fui gostando, gostando, gostando e hoje estou aqui”, relembra dona Marli.
Colaboração: Comunicação DECOM