A maior concentração de baleias foi avistada nas enseadas de Garopaba (12 indivíduos) e Imbituba (19 indivíduos).
O Programa de monitoramento de cetáceos do Porto de Imbituba, realizado nesta quinta-feira (26), avistou 52 baleias-francas, uma baleia-de-bryde, dois grupos de golfinhos e seis pinípedes (lobos ou leões marinhos) na região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. A observação foi realizada por monitoramento aéreo entre as cidades de Florianópolis (SC) e Torres (RS). Este foi o segundo sobrevoo da temporada de avistagens no litoral sul do Brasil, o primeiro foi realizado em julho. 51 Francas foram avistadas em Santa Catarina e uma no Rio Grande do Sul.
Das 52 baleias-francas registradas, havia 25 pares de fêmeas acompanhadas de seus filhotes e duas adultas solitárias. A maior concentração de baleias foi avistada nas enseadas de Garopaba (12 indivíduos) e Imbituba (19 indivíduos). Outros grupos de cetáceos também foram encontrados, como uma baleia de bryde – espécie comum na costa brasileira, que chega a mais de 16 metros e 40 toneladas – e dois grupos de golfinhos, cujas identificações das espécies não foram possíveis pela equipe de monitoramento aéreo, composta por dois biólogos e um oceanógrafo. Seis penípedes também foram avistados, mas não houve certeza se eram leões ou lobos marinhos.
O número de avistagens neste segundo sobrevoo de 2019 foi menor do que o recorde de 273 baleias avistadas no mesmo período de 2018. “O número de baleias avistado neste sobrevoo está dentro do previsto para esta temporada em função do ‘boom’ reprodutivo constatado em 2018. Já sabemos que a disponibilidade de alimento na Antártida tem relação com a quantidade de baleias que vêm para o Brasil. Por isso temos observado estas flutuações no número de baleias, e até mesmo um aumento no intervalo reprodutivo da espécie, de 3 para 4 anos em alguns casos”, avalia Karina Groch, diretora de pesquisa do Instituto Australis. Em 2017, foram avistadas 49 baleias-francas em setembro.
Julho a novembro é o período em que a espécie utiliza o litoral catarinense para acasalar, procriar e amamentar sua cria, tornando o litoral do Estado de Santa Catarina a principal área de concentração reprodutiva de baleias-francas na costa brasileira. Realizado há 11 anos pelo Porto de Imbituba, o programa de monitoramento conta também com a observação terrestre durante a temporada, nas praias da Ribanceira e do Porto, em Imbituba. As ações integram o Plano de Controle Ambiental da SCPar Porto de Imbituba e são executadas pela Acquaplan e o Instituto Australis. O objetivo é ampliar o conhecimento acerca da ecologia das espécies frente às atividades portuárias.
“Todos os animais avistados são catalogados por meio de fotografia das calosidades que elas têm em cima da cabeça, que são únicas para cada animal, como se fosse uma digital”, aponta Gilberto Ougo, oceanógrafo da empresa Acquaplan, atual contratada para executar o serviço. O último sobrevoo da temporada está previsto para novembro.
Colaboração da Comunicação Social SCPar Porto de Imbituba