Durante o evento, o presidente do Ilem, padre Joacir Della Giustina, destacou que Instituto fará “tentativa de volta” à Orleans para “oferecer educação de qualidade”
Em um evento formal, a Prefeitura de Orleans e o Instituto Leonardo Murialdo (ILEM) selaram a paz com a assinatura da escritura de doação de cerca de 5,02 hectares de terra. A assinatura ocorreu no Seminário São José na tarde desta segunda-feira (23).
Diante de membros da Congregação São José e do Instituto Leonardo Murialdo, além dos secretários municipais, o prefeito Jorge Koch comemorou o momento. “Estou muito feliz. Não tenho mágoa ou sentimento, o momento agora é de felicidade. Sou prefeito a dois anos e oito meses e quando a gente assume algumas responsabilidades temos muitas vezes erros e acertos. Tendo a responsabilidade de administrar o município, consultamos grupos de pessoas e erramos ou acertamos. Estou feliz porque estamos aqui resolvendo um imbróglio de cinco meses que não foi bom para ninguém. O interesse público do município de Orleans prevaleceu”, comemorou Koch.
O prefeito ainda explicou a importância que as terras têm para a Administração Municipal e para a população. “O município sempre teve essa vontade de desapropriar, comprar, adquirir uma área de terra do Seminário, porque é um local de cultura, que tem uma ligação histórica com todo o contexto de Orleans. Aquele decreto, hoje chega-se ao final e fico feliz. É um momento de o município estar feliz”, explica Jorge.
Sobre o loteamento que será implantado pelo Instituto Leonardo Murialdo, Jorge Koch destacou que haverá o apoio da Prefeitura. “Vamos ser um entusiasta desse empreendimento, que dê certo e seja sustentável com os equipamentos da prefeitura. Nós vamos fazer força para que tudo dê certo”, comentou.
O presidente do ILEM, padre Joacir Della Giustina também falou antes da assinatura. O padre destacou os trabalhos do Instituto. “Somos uma congregação fundada em 1873, no Turim, na Itália, por seu Leonardo Murialdo, que queria uma congregação que se preocupasse com crianças, adolescentes e jovens. Essa congregação foi se expandindo com o tempo. Chegamos no Brasil em 1915, no Rio Grande do Sul. Depois, em 1927 fomos parar na Serra Gaúcha. Viemos para Orleans há 60 anos. Hoje estamos no Brasil em dez estados, somos 16 comunidades no Brasil. No mundo estamos em 16 países como congregação. Então nós não estamos brincando aqui em Orleans, não viemos brincar de fazer negociação com a Prefeitura de Orleans”, conta o padre.
O padre lembrou de como foram as negociações até chegarem em um acordo. “Temos uma instituição com cerca de 600 membros da Congregação São José no Brasil hoje. Aprendemos a trabalhar com seriedade, ética, com convicções e palavra. Aqui em Orleans, nas negociações, sempre buscamos trabalhar com transparência e trazer as nossas questões com seriedade, que fossem questões que defendessem o bem e que seja considerado de benefício de todos”, comentou.
O procurado da Congregação São José, padre Cornélio Dall Alba, estava presente na assinatura e também deixou uma mensagem. “O povo de Orleans, especialmente a Prefeitura, deve reconhecer que recebeu um grande presente. Com o decreto ficamos com uma corda no pescoço, sem poder dialogar de pessoa a pessoa no mesmo nível. Tivemos que fazer esse diálogo ajoelhados e de cabeça baixa, porque o decreto estava ainda vigente. Nesse diálogo pouco gentil, nós fizemos esse gesto: vamos doar um terreno para a Prefeitura. Foi a resposta que nós Josefinos demos ao prefeito e as autoridades da Prefeitura de Orleans”, comentou o padre.
Em nota à imprensa, o Ilem pediu que “a comunidade seja a guardiã deste patrimônio doado e que sua utilização seja em prol do bem comum”.
Instituto Leonardo Murialdo fará “tentativa de volta” à Orleans
Durante as falas do presidente do Ilem, padre Joacir Della Giustina, ele ressaltou que a instituição quer fortalecer as relações e a presença na cidade de Orleans. A volta do Colégio à cidade já está sendo analisada pelo instituto. “Temos um compromisso todo especial com Orleans, com a criança, adolescente e jovem que vive em situação de risco. Como congregação carregamos uma herança de cuidar de um modo especial dessas crianças. A educação é o nosso DNA”, explicou.
O padre destacou que a desconstrução do decreto é importante para agora construir “um novo momento de parceria, que pode ser uma presença significativa de novo do Murialdo na cidade de Orleans e regiões vizinhas”. Também disse que “o investimento aqui na cidade com o loteamento continua de pé. A nossa presença na comunidade de Orleans é uma tentativa de volta para cá na área de educação, área de assistência social, na área religiosa”.
O presidente do Ilem, padre Joacir, explicou que a volta do Colégio já é um assunto que vem sendo abordado há algum tempo. “Já dizíamos que queríamos voltar para Orleans para oferecer educação de qualidade, católica, bem como assistência religiosa, que é própria dos religiosos Josefinos. Hoje, quando voltamos a Orleans, estamos negociando e fechando esse acordo com o poder público municipal, continuamos falando do desejo e do interesse de voltarmos para cá. Claro que o Ilem e a Congregação São José vamos tratar desse assunto como planejamento. Não é possível virmos para cá sem termos recursos para investir. Esse prédio precisa de reformas e adaptações novas para escolas no mesmo estilo da rede Murialdo. Já temos duas escolas em Caxias do Sul, uma delas com 1500 alunos e outra com 700 alunos. Uma escola em Araranguá com mil alunos e outra em Porto Alegre com 700 alunos. Nesse mesmo padrão, a gente gostaria de trabalhar em Orleans, trazer para cá uma escola e voltar a oferecer educação que o Seminário sempre ofereceu na formação de líderes dessa comunidade. Essa é nossa postura: planejando uma possível volta para Orleans”, finalizou.
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