Área funcional do cérebro da paciente de 36 anos com tumor cerebral foi preservada na cirurgia de alta complexidade.
Os médicos neurocirurgiões do Hospital São João Batista realizaram, com sucesso, a primeira neurocirurgia para ressecção (extração) de tumor cerebral, com a paciente acordada. Durante três horas uma equipe formada por sete profissionais, sendo três neurocirurgiões, um neurofisiologista, um anestesista, uma enfermeira e um técnico de enfermagem, trabalhou na cirurgia de alta complexidade, realizando a localização precisa e remoção do tumor cerebral com segurança, preservando a área funcional do cérebro. Denise Barbosa de Sousa Merencio, de 36 anos, terá alta neste sábado (10/08).
“Ela chegou ao consultório apresentando queixas de cefaléia, tontura e crise convulsiva com diagnóstico de tumor cerebral. A lesão localizava-se na região temporal esquerda adjacente a área de Wernicke (zona do cérebro responsável pela compreensão da linguagem escrita e falada). A opção pela cirurgia com a paciente acordada ocorreu devido ao elevado risco de lesão na área da linguagem e sequelas irreversíveis, que determinariam limitações nas atividades diárias, fazendo com que ela ficasse incapaz de reconhecer as palavras e de agrupá-las para formar um pensamento coerente”, explica o neurocirurgião André Nesi.
Com a paciente acordada durante toda a cirurgia, foi utilizado um neuro estimulador sobre o cérebro para demarcar a área da fala, e realizados testes simples de linguagem pelo neurofisiologista que mantinha a paciente conversando do início ao final do procedimento.
“A localização precisa do tumor foi realizada com auxílio da neuro navegação, importante equipamento tecnológico que nos permite, junto com a monitorização neurofisiológica, realizar a ressecção completa da lesão sem causar sequelas na paciente”, observa o neurocirurgião Carlos Fernando Moreira.
“Eu tinha que lutar pela minha filha”
Ao sair do Centro Cirúrgico, Denise que é moradora do bairro Santa Líbera, em Forquilhinha, gritava de felicidade. Foi com este ânimo e disposição que ela foi levada para a UTI. “Fiquei triste e chorei quando descobri, mas foi só um dia. Minha filha Isabela, de seis anos, é muito nova e precisa de mim. A cirurgia foi maravilhosa. Não tenho motivos para chorar, apenas comemorar!”, descreveu.
Alta complexidade
Para a diretora geral do HSJB, Mariana Rothlisberger, a realização deste procedimento demonstra o aumento da qualidade dos serviços de saúde em Criciúma. “Queremos cada vez mais que a população se sinta segura e confie na nossa estrutura para a realização de procedimentos complexos. Trabalhamos hoje para que as pessoas encontrem aqui no HSJB as mesmas condições de tratamento que existem nos grandes centros de saúde do País”.
Colaboração: Comunicação Hospital São João Batista