O percurso de nove quilômetros iniciou no Rio Jordão Alto e terminou na comunidade de São Pedro.
A 1ª Caminhada Memórias de São Pedro reuniu 60 trilheiros em Siderópolis, neste domingo, dia 4. O evento organizado pelo Instituto Allouata contou com a parceria da Pousada Fazenda São Lourenço. O percurso de nove quilômetros iniciou no Rio Jordão Alto e terminou na comunidade de São Pedro. “Caminhamos por aproximadamente cinco horas. Passamos pelo encanto do morro da mina que é a maior parede em arenito para escala situada no Brasil. Também andamos dentro do Rio da Mina que deságua no Rio São Bento,” informou a guia de turismo, Cris Belarmino.
As irmãs Denise, Édina e Elisiane fazem parte do grupo Desbravadoras do Sul formado por cinco professoras. As três começaram a caminhar em Lauro Müller onde moram. Iniciaram oficialmente em 2017 no evento Mulheres na Montanha realizado no município de Bom Jardim da Serra. Já participaram de trilhas com o Grupo Movimento e três edições do Caminhantes do Sol. “Nossas vidas mudaram muito. Melhoramos a autoestima, emagrecemos, nos motivamos a fazer outras atividades físicas. Foi importante em relação à convivência, percebo que minha irmã que era mais fechada, quando está na trilha conversa com um, quer conhecer o outro, faz amizades”, comentou a professora de Arte, Denise Velho da Silva.
Marilda Rita Pereira, empresária, 46 anos, realizou a primeira trilha da sua vida sem dificuldades. Ela acredita que o trilheiro está guardado na memória de cada pessoa desde a infância. Também observou o companheirismo, as conversas e a atenção recíproca entre os caminhantes. “Só conhece o mundo que vive aquele que por ele caminha. Não mais uso o carro para ir trabalhar e isso faz com que eu ande aproximadamente três quilômetros por dia. É importante desviar a rota da rotina. Fazer algo novo é ter a certeza das inúmeras possibilidades que temos ao longo da vida”, refletiu Marilda.
O presidente do Instituto Allouata, Paulo Cadallora, confeccionou os cajados de madeira que foram entregues aos participantes. Eles foram decorados e personalizados com um desenho que representa o campanário da antiga igreja, hoje submersa pelas águas da barragem do Rio São Bento. O nome do evento foi inspirado no livro “Memórias de São Pedro” que é um levantamento histórico com entrevistas realizadas com 22 famílias da região.
Saiba mais
O nome do evento foi inspirado no livro “Memórias de São Pedro” dos autores José Carlos dos Santos Junior e Micheli Ribeiro Luiz. Os escritores narram os relatos das pessoas que moravam na parte da comunidade de São Pedro onde está construída a barragem do Rio São Bento, no município de Siderópolis. Conta a história desde a fundação iniciada em 1890 até o momento em que as famílias tiveram que sair do lugar para a construção da obra.
Colaboração: Colaboração/Ana Lúcia Pintro