Professor da Unisul vê na Quarta Revolução Industrial uma simbiose entre tecnologia e o desempenho humano
O Engenheiro Mecânico e professor da Unisul, Juliano Mazute, prevê para breve uma maior flexibilização do modelo de trabalho atual com o uso da tecnologia, e acredita que a Quarta Revolução Indústria, ou seja, a Indústria 4.0 promete unir tecnologia e a competência humana nos processos de produção. Esse modelo de gestão inovador pretende tornar as indústrias mais eficientes. No entanto, toda essa mudança tem deixado alguns profissionais preocupados com a própria carreira.
A rotina de trabalho atual, com horário fixo de chegada e saída das empresas, já começa a ser modificada pelo home office, no qual o trabalhador faz de casa as atividades laborais. Juliano comenta que esse é um dos caminhos que a Indústria 4.0 poderá seguir, sendo que a tecnologia permitirá que empresas sejam controladas à distância ou que a produção em grande escala possa ser feita no conforto de casa através das impressoras 3D e a computação na nuvem.
O engenheiro descreve que os profissionais capacitados podem se tornar referência, pois, a nova indústria exigirá menos força física e mais conhecimento técnico. “No futuro teremos mudanças regulatórias (tecnologia disponível para todos), surgimento de novos modelos de negócios (como locação e compartilhamento de produtos), inserção no mercado de tecnologias inteligentes e autônomas (sem precisar de atuação humana) e o cliente estará mais empoderado (sendo conhecedor da tecnologia e comprador dos benefícios)”, prevê Juliano.
Surgimento
Foi em 2011 que o termo Indústria 4.0 começou a ser disseminado pelo mundo. Partiu do Governo Alemão a ideia de criar sistemas inteligentes para modificar o modelo de operação das indústrias. A meta é criar dispositivos inteligentes e interconectados ao longo da cadeia produtiva e da logística, aumentando a eficiência industrial. Porém, a implantação desse futuro ambiente produtivo depende da Internet das Coisa, onde pessoas, máquinas, tecnologia e comunicação estarão conectadas e trabalhando juntas.
O cenário
De acordo com o Sebrae, boa parte das indústrias brasileiras está na fase de migração da Indústria 2.0, que utiliza linhas de montagem e energia elétrica, para a Indústria 3.0, que já é caracterizada pela automação, através da eletrônica, programação e robótica. Porém, é possível que essa transição para o 4.0 não demore tanto tempo.
“Noto um cenário muito bem desenvolvido e com instituições como universidades, empresas e associações que já trabalham na área da Indústria 4.0 aqui no Brasil. Acredito que o ecossistema ainda está funcionado em paralelo e não tão unido em pró da aceleração deste processo, mas ao natural, a região de Santa Catarina é destaque no Brasil neste quesito”, destaca Juliano.
Futuro
“A Engenharia de Produção é protagonista neste campo, pois os modelos produtivos estão se alterando rapidamente”, observa Juliano. Ele reitera que a contribuição da área, através do curso na Unisul, está no preparo de profissionais que tenham conhecimentos teóricos e práticos para atuar na Indústria 4.0.