Comandante da PM na regional de Criciúma analisa os números levantados pelo Estado.
Criciúma acompanhou a tendência estadual na queda do número de homicídios no primeiro semestre de 2019, conforme o relatório divulgado nesta semana pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). O destaque, no entanto, ficou com Florianópolis, onde os 63 homicídios do primeiro semestre de 2018 caíram para 27 agora, uma redução de 57%. Em nível estadual a queda foi de 23%, de 443 para 339 ocorrências no período.
Em Criciúma o semestre inicial de 2019 tem 12 homicídios, contra 14 do ano passado. “São números positivos, que confirmam que a atuação conjunta da PM, de reforçar as rondas, a atuação ostensiva nos centros urbanos, isso está surtindo efeito”, analisa o coronel Cosme Manique Barreto, comandante do 6 Batalhão de Polícia Militar. Na regional, que inclui Amrec e Amesc, são 34 homicídios neste semestre. Em Araranguá houve acréscimo. Foram 5 neste ano, contra 2 no primeiro semestre de 2018. Em Tubarão houve 6 no ano passado e 4 agora. “Levando-se em conta que a nossa região conta com 640 mil habitantes, nossos números estão sob controle”, aponta.
Na relação com os municípios de população semelhante em Santa Catarina, Criciúma tem números melhores. Em Itajaí foram 13 homicídios neste semestre contra 19 do primeiro do ano passado, redução de 5 casos. Em Chapecó a queda foi de 19 para 14, mas ambos seguem à frente de Criciúma com seus 12 crimes. “Isso na faixa dos 200 mil habitantes, municípios com patamares semelhantes de população e segurança”, comenta o coronel.
Outra variável que vem chamando a atenção nos homicídios em Criciúma é a queda que vem ocorrendo nos segundos semestres. Em 2018 foram 5 que, somados aos 14 do semestre anterior, totalizaram 19, enquanto que em 2017 houve 7 no segundo semestre, fechando o ano em 17 ocorrências.
Feminicídios, números ainda elevados
Uma preocupação na segurança em Santa Catarina tem sido a quantidade de feminicídios. O estado já registrou 28 neste ano, no total do semestre, contra 20 de 2018, 23 de 2017 e 32 casos no mesmo período de 2016. “O número ainda é alto. Aqui na região estamos com oito feminicídios este ano, é alto. A maioria dos casos, seis, envolvem familiares e são dentro de casa”, observa Manique Barreto. “São crimes de difícil prevenção”, pontua.
O trabalho das rondas da Rede Catarina vem colaborando para conter os índices. “Trabalhamos em cima das mulheres com algum programa de proteção”, destaca, enfatizando que a população já vem respondendo bem. “Tanto é que, na semana passada, uma senhora foi com o filho até o batalhão nos procurar pois estava com problemas com seu marido, ex-presidiário, que a estava ameaçando. Prova da dimensão e da confiança do programa junto às mulheres”, conta o comandante. “Passamos de 700 rondas em residências no semestre”, enumera.
O relatório da PM apontou, ainda, queda no número de latrocínios em Santa catarina. Foram 31 em 2016, baixando a 29 em 2017, 26 em 2018 e 16 neste último semestre, na comparação com o mesmo período dos anos anteriores. Outras ocorrências apontadas pela SSP são 42 mortes por confrontos com a Polícia Militar, 2 por enfrentamentos com a Polícia Civil e 11 lesões corporais seguidas de morte.
Com informações do site 4oito