O empresário José Augusto Alves, considerado pelas investigações como epicentro do esquema de vazamento de informações sigilosas, ficou preso durante cinco dias.
Depois de cinco dias de prisão temporária, foi solto na noite de domingo (23) em Florianópolis, o último preso na Operação Chabu, o empresário José Augusto Alves. Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), ele é considerado o epicentro do suposto esquema de vazamento de informações sigilosas de ações policiais em Santa Catarina.
Segundo os advogados de Alves, Rodolfo Macedo do Prado e Rycharde Farah, a soltura foi determinada pelo desembargador federal Leandro Paulsen, o mesmo que determinou a prisão, em virtude do delegado responsável não ter visto necessidade de prorrogação da medida. Ainda segundo a defesa, o empresário segue à disposição da Justiça para esclarecimentos.
Deflagrada no dia 18 deste mês, a Operação Chabu prendeu sete suspeitos temporariamente e cumpriu 23 mandados de busca e apreensão.
O político ficou menos de 24 horas preso e foi liberado após prestar depoimento, mas segue afastado do cargo conforme determinação do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4). Desde então, o vice-prefeito João Batista Nunes (PSDB) assumiu interinamente. A defesa do prefeito entrou com um pedido para reverter a situação. O motivo da prisão não foi informado pelo TRF4.
Operação Chabu
A PF apurou, após análises dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, em agosto de 2018, que o grupo suspeito construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) lotados em setores de inteligência e investigação, com o objetivo de embaraçar investigações em curso e proteger o núcleo político em troca de benesses financeiras e políticas.
“Durante as investigações foram apuradas práticas ilícitas, dentre as quais envolve o vazamento de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar ‘salas seguras’ à prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas”, informou a PF.
Ainda segundo a polícia, as investigações apontam os crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, e tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa.
O nome “Chabu” significa dar problema, dar errado, falha no sistema, usado comumente em festas juninas quando falham fogos de artifício. Conforme a PF, o termo era empregado por alguns dos investigados para avisar da existência de operações policiais que viriam a ocorrer.
Com informações do site G1/SC