Há tempos sendo discutida, finalmente, a reforma do Ensino Médio começa sair do papel.
Há tempos sendo discutida, finalmente, a reforma do Ensino Médio começa sair do papel, e com ela a expectativa do início das transformações para a melhoria do sistema educacional brasileiro, lembrando que é preciso ir além da reforma para resgatar o elo perdido. É preciso romper com o velho sistema e preparar o jovem para um mundo que muda a cada momento.
A Lei foi aprovada no governo anterior, as mudanças estão sendo implementadas gradativamente, mas até 2021 todas as escolas do país estarão operando no novo sistema, que objetiva modernizar o ensino e garantir a permanência do jovem na escola. O novo ensino médio precisa preparar o jovem para um mundo em constante transformação. Sem abandonar as experiências adquiridas, o professor do novo modelo de ensino, por lei, é obrigado a rever seus conceitos, desligar-se do sistema anterior, desconstruir a velha prática pedagógica e mergulhar nas mudanças para inserção na sociedade que se impõe. As amarras ao pensamento do século XIX, quando se pensava a educação atrelada a conceitos e definições, preparando o aluno para o modelo fabril da época, não existem mais. Hoje as fábricas são outras, vivemos uma economia criativa impactada pelo mundo digital que impõe outros desafios. O professor precisa dar significado ao ensino para formar gente para o mundo do futuro. É preciso desenvolver competências e habilidades, porque o mundo hoje impõe a resolução dos problemas. O novo cidadão não busca formação apenas para um emprego, mas para um trabalho com problemas a serem resolvidos num mundo complexo, onde só há espaços para quem faz a diferença. Criatividade, inovação, espírito de liderança, autonomia, dentre tantas competências, são perfis do profissional da atualidade, em especial do professor que é o responsável pela mediação da mudança.
O novo ensino médio terá uma nova grade curricular, mais tempo de estudo, precisando também estruturação do espaço físico, formação continuada de professores, além do grande empenho e apoio dos gestores e do poder público para o sucesso da mudança. O foco da formação será voltado para “o empreendedorismo, a investigação científica, os processos criativos e a mediação e intervenção sociocultural”, afirma o Ministério da Educação e Cultura. A escola ao dar espaço para o empreendedorismo desperta a criatividade, e espíritos empreendedores, até então sufocados pelo velho sistema de ensinar, encontram terra fértil para o desenvolvimento.
No entanto, só altos recursos tecnológicos não garantem uma aprendizagem efetiva, porque a educação é integral. Existem competências e habilidades a serem ensinadas, que nem sempre têm relação com o uso da máquina, mas que influenciam significativamente na carreira profissional: espírito crítico, projeção de futuro, autoconhecimento, espírito de colaboração, olhar empreendedor, comunicação. E aqui reside a responsabilidade do Professor.
Falamos tanto que a educação está deteriorada…
Aí está uma oportunidade de mudança. É difícil? Sim, assim como toda mudança… Vamos sair da zona de conforto e dar aos nossos jovens a possibilidade de um futuro promissor.