Trânsito

Consideradas as mais belas de SC, Serras do Rio do Rastro e do Corvo Branco oferecem perigo aos motoristas

Maior risco são desmoronamentos, conforme mostrou reportagem da série Rotas da Serra.

Foto: Mateus Pabst

As Serras do Rio do Rastro (SC-390) e do Corvo Branco (SC-370) são consideradas as duas mais belas de Santa Catarina e se transformaram em atração turística, procuradas por visitantes de todas as partes. Ao mesmo tempo que reservam aos turistas paisagens encantadoras, também guardam muitos perigos para quem trafega por elas.

As condições das duas serras são o tema da quarta reportagem da série do NSC Notícias, que já mostrou a situação do Planalto Norte, da BR-282 e das Serras da Rocinha e do Faxinal, no Sul.

As serras da SC-390 e da SC-370 enfrentam problemas com desmoronamentos e precisam de manutenção. A Serra do Corvo Branco espera por obras desde 2014, sem prazos para começar. Já a Serra do Rio do Rastro está liberada só para tráfego restrito.

Foto: Osmar Teixeira/VC no TG

Serra do Rio do Rastro

O mirante da Serra do Rio do Rastro virou ponto de parada, a mais de 1.460 metros de altitude. Do alto em Bom Jardim da Serra, a vista é espetacular e a estrada impressiona.

“O impacto com a natureza é impressionante. O cara se sente bem olhando”, diz o turista italiano Alessandro Toniotti.

Entre Bom Jardim e Lauro Müller, no Sul do estado, a estrada, que é um trecho da SC-390, tem sete quilômetros com 284 curvas. Tem que ter estômago e habilidade para dirigir na Serra do Rio do Rastro.

A pista é tão estreita que é preciso parar para esperar um caminhão, com dificuldade, fazer a curva. “É bastante perigoso, você tem que tomar muito cuidado”, fala o motorista Roberto Costa.

A rodovia é a principal ligação entre a Serra catarinense e o litoral Sul. Mas, a estrada conhecida pela sua beleza, também apresenta problemas. O principal deles é o risco de desmoronamentos. Nos últimos anos foram varias as ocorrências, conforme o capitão da Polícia Militar Rodoviária, Álvaro Josué Moraes Paes.

“Pequenos desmoronamentos ocorrem quase que semanalmente. Os policiais militares rodoviários acabam liberando a pista quando é possível. Quando não é possível fazer essa liberação, é acionado o Deinfra [Departamento Estadual de Infraestrutura/ pra que providenciem essa liberação”, diz o capitão.

Foto: Reprodução/NSC TV

Em fevereiro deste ano, a Serra do Rio do Rastro ficou interditada por quatro dias por causa de uma rachadura que se abriu na pista. Desde a liberação para o tráfego, só podem passar caminhões com até 15 toneladas.

O trânsito também pode ser interrompido nos dias mais frios do inverno, quando as baixas temperaturas congelam tudo.

A pista também traz outras preocupações para os motoristas: falta sinalização. “Principalmente à noite a sinalização está péssima, sinalização está zerada, zerada. A noite é triste”, diz o autônomo Júnior Alff.

Serra do Corvo Branco

A Serra do Corvo Branco fica na SC-370, que liga Urubici, no Planalto Serrano à Grão Pará, no Sul do estado. A beleza dos paredões de pedra contrasta com o abandono da rodovia.

As dificuldades começam ainda no acesso à serra, na saída de Urubici. São nove quilômetros repletos de buracos. Nas curvas sinuosas da Serra do Corvo Branco, o caminho é ainda mais perigoso.

“Está abandonada assim, mato e buraco e é assim, a situação é essa. Água na estrada, prejudica. Nós somos produtores de leite, os caminhões de leite pra passarem aí têm dificuldade medonha”, fala o agricultor João Antônio Meurer.

No local falta pavimentação, proteção nas laterais e espaço. Uma placa indica que a obra começaria em 2014 e terminaria em 2016, mas em 2014 o contrato com a empresa responsável pela obra foi paralisado e, desde então, a situação só piorou.

Foto: PMRv/Divulgação

No mês passado, a estrada chegou a ficar interditada por queda de barreira, em Urubici.

“A história da Serra é muito linda, mas é uma história também enriquecida de esquecimento. Seu projeto, sua elaboração foi com muito custo. E ela é muito usada, além de ser um grande ponto turístico”, declara o pastor Assis Silveira Júnior.

Duas serras, dois cartões postais, mas com uma estrutura ainda bem longe do ideal.

Com informações do site G1/SC

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