Diagnosticada com encefalite herpética quando criança e sem desenvolver a fala, ela alcança muitas conquistas
A jovem Beatriz Sônego Zanette, de 22 anos, é conhecida por muitas pessoas pela sua história de vida e de superação. Com 8 meses de vida, ela foi diagnosticada com a doença encefalite herpética, que causou danos em sua coordenação física, motora e fez com que não desenvolvesse a fala. Dada pelos médicos com apenas 2% de chances de sobrevivência, ela sobreviveu e hoje não existem obstáculos que a impeçam de ir em busca dos seus objetivos.
Beatriz conta que o descobrimento da doença se deu no hospital São Lucas, em Porto Alegre, onde teve três paradas cardíacas, ficando por 30 dias na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) e outros 15 no quarto do hospital. “Quando voltei para Criciúma, os meus pais já me colocaram na fisioterapia e na fono para que eu conseguisse recuperar o que perdi. Eu consegui recuperar tudo, menos a minha voz”, comenta.
Embora sem a oralidade, a criciumense não mediu esforços para ir atrás de seus sonhos. No ano de 2013, começou a escrever um livro sem o conhecimento de seus pais, o qual foi publicado no ano de 2016 pela editora Multifoco. Segundo ela, o ‘Diário de Uma Torcedora Carvoeira’ foi um sucesso nas vendas e já se encontra na terceira edição. “O lançamento do meu primeiro livro é uma das minhas melhores conquistas. Eu me dediquei o máximo possível, me esforcei, estudei e trabalhei com a minha imaginação para que tudo saísse perfeito”, afirma.
Além do livro, a jovem obteve também outras conquistas, como a sua primeira graduação, que ocorreu neste ano, no curso de Letras da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). Agora formada, ela já se encontra cursando a segunda faculdade, sendo esta a de Pedagogia e diz lançar o seu segundo livro no próximo ano.
A torcedora carvoeira também realiza palestras em escolas, contando sobre a sua história de vida. A forma em que se comunica é por meio de programas de voz e também via redes sociais. “A minha vida sempre me ensinou sobre superação. Cada dia que nasce é uma vitória, pois posso fazer diferente e isso me inspira a seguir em frente e nunca desistir, independentemente das dificuldades”, destaca.
De acordo com Beatriz, o orgulho parte dela mesma. “Eu tenho orgulho de mim pela pessoa que consegui me tornar. Eu nunca deixei ninguém me dizer que era incapaz, pois desde o começo já sabia que poderia conquistar tudo o que queria e tudo aquilo que eu quero”, conclui.
Colaboração: Maria Henrique Leandro