Saúde

Novas análises apontam zero resquício de agrotóxicos na água de Orleans

Após polêmica levantada com publicação do MPSC, Samae de Orleans realizou contraprova com o mesmo laboratório, que não apontou nenhum traço de agrotóxico.

Foto: Arquivo / Samae de São Ludgero

Os resultados das novas análises realizadas na água de Orleans foram divulgados nesta semana e não apontaram nenhum resquício de agrotóxico. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae) buscou a contraprova após a polêmica levantada com a divulgação do levantamento realizado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Para comprovar a veracidade, a análise foi realizada no mesmo laboratório contratado pelo MPSC, em Piracicaba, São Paulo, e também em um laboratório de confiança da autarquia, em Timbó, Santa Catarina.

“Buscamos a contraprova justamente porque confiamos na água que distribuímos e estes resultados só compravam isso. Nós e nossos familiares só bebemos dessa água, não utilizamos filtro, pois temos certeza da qualidade”, declarou o diretor do Samae de Orleans, Fábio Echeli Bett. Conforme o superintendente do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Ambiental (Cisam-Sul), Antônio Willemann, o laboratório do Consórcio ficou responsável pelas coletas, que foram identificadas inclusive com fotografias.

“Em função das notícias de traços de agrotóxico na água, mesmo que muito abaixo dos limites permitidos pela legislação, o Cisam-Sul, como um ente de regulação do saneamento na região, realizou as coletas, por se tratar de um laboratório qualificado, e encaminhamos para dois laboratórios, sendo que um deles foi o mesmo laboratório contratado pelo MPSC para realizar as análises. Coletamos água bruta, do Rio Laranjeiras e do Rio Novo e da entrada da Estação de Tratamento de Pindotiba, e também água tratada, aquela que vai para a torneira da população. Felizmente, em todas as análises não foi detectado nenhuma agrotóxico, tanto no laboratório de São Paulo quanto no de Santa Catarina. Os resultados estão à disposição para qualquer órgão de fiscalização e toda a população que quiser conferir”, afirmou.

Ao total, sete pontos foram analisados, tanto de água bruta quando de água tratada. Entre eles, foi realizada a coleta no mesmo local onde foi feita a análise pelo MPSC, na Rua Vital Brasil, no bairro Barro Vermelho, onde fica situada a Estação de Tratamento de Água (ETA). Todos os pontos estavam dentro dos parâmetros, com zero resquício de agrotóxico. “Esta análise foi feita inclusive em um período de chuva, ou seja, em uma época que estaria mais suscetível a encontrar algum resquício, mas, mesmo assim, nada foi constatado”, explicou o químico do Samae de Orleans, Rossano Umberto Comelli.

Entretanto, ele explica que não é função da Estação de Tratamento de Água a eliminação dos agrotóxicos da água. Ela remove a matéria orgânica e biológica, tornando-a potável e segura para consumo. Portanto, a questão dos agrotóxicos deve ser trabalhada em sua origem, na agricultura. Com o resultado das novas análises, foi possível averiguar que se tratou de um fato isolado, apenas no período de cultivo. “Deve haver um controle mais efetivo dos órgãos competentes para fiscalizar a aplicação e a comercialização dos produtos, se ocorrem conforme o que é previsto em lei”, alertou o engenheiro Sanitarista e Ambiental, Valnei José Beckhauser.

Por isso, conforme o engenheiro, é importante que esta e outras bandeiras sejam levantadas. “A maior ameaça e que merece a atenção da população é quanto à instalação da mina de carvão”, apontou. O superintendente do Cisam-Sul fez o mesmo alerta. “Ressaltamos que as pessoas que lidam com a agricultura tenham responsabilidade e cuidado e utilizem somente o que é permitido pela legislação para não criar problemas como este. Estamos debatendo também com outros setores e nas câmaras técnicas das quais fizemos parte que se tome o cuidado com a preservação. Se o carvão se instalar na cidade, irá poluir todo o rio que abastece Orleans”, ressaltou Antônio Willemann.

Análises da água são constantes

O presidente do Samae ressalta ainda que são realizadas análise semanal, mensal, trimestral e semestral através do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Ambiental (Cisam-Sul). O intuito do monitoramento permanente é garantir os padrões de qualidade da água exigidos pela legislação e manter as condições de segurança hídrica e de saúde pública.

“Na análise semestral, são analisados aproximadamente 70 parâmetros, que inclui a análise de agrotóxicos e, desde que ela começou a ser realizada, nunca apresentou algo que não esteja dentro do parâmetro do Ministério da Saúde”, informou Fábio Echeli Bett. Além disso, a Vigilância Sanitária Municipal realiza o acompanhamento mensal de forma independente ao Samae, sem informar o dia, o horário ou o local. Sendo assim, é mais uma maneira de garantir o controle da qualidade da água distribuída.

Valores muito abaixo do permitido

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) realizou levantamento da presença de agrotóxicos na água de abastecimento público de 100 municípios de Santa Catarina e identificou que 22 recebem água com resquícios de agrotóxicos. Em Orleans, a presença dos compostos Diurom e Simazina identificada na análise encomendada pelo MPSC estavam bastante abaixo do permitido. Por conta disso, conforme o diretor da autarquia, não há motivos para preocupação por parte da sociedade.

“De 204 parâmetros analisados, apenas dois apresentaram compostos presentes em agrotóxicos. Foram pequenos resquícios. O Diurom tem um parâmetro de valor máximo permitido de 90 microgramas por litro de água e o valor encontrado na análise feita em Orleans foi de 0,237 micrograma por litro. Este valor é 379 vezes menor que o máximo permitido. No outro parâmetro, da Simazina, o valor máximo permitido é de 2 microgramas por litro. Na amostra, foi identificado o valor de 0,057 micrograma por litro. Ou seja, 35 vezes menor que o máximo permitido”, reforçou Fábio.

Sugestão de olho, caso necessário: “Buscamos a contraprova justamente porque confiamos na água que distribuímos e estes resultados só vem a comprovar isso. Nós e nossos familiares só bebemos dessa água, não utilizamos filtro, pois sabemos da qualidade”, diretor do Samae de Orleans, Fábio Echeli Bett.

Com informações do Portal Ligado no Sul

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