Os discípulos foram representados por crianças, adolescentes, adultos, idosos e imigrantes, em vista do tema da Campanha da Fraternidade 2019, "Fraternidade e Políticas Públicas".
Na noite desta quinta-feira santa, 18, a comunidade da Catedral São José, em Criciúma, deu início ao Tríduo Pascal. A missa da Ceia do Senhor foi presidida pelo Bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inacio Flach, e rememorou o gesto do lava-pés, feito pelo próprio Jesus, quando ceou pela última vez com seus 12 apóstolos e instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio ministerial. Os discípulos foram representados por crianças, adolescentes, adultos, idosos e imigrantes, em vista do tema da Campanha da Fraternidade 2019, “Fraternidade e Políticas Públicas”.
“É uma noite, para nós, muito especial. Nesta noite celebramos aquilo que, no Antigo Testamento, foi apenas o prenúncio: o povo ungido sai à Terra Prometida. Mas antes de sair, ele tinha que se alimentar bem, pois tinha uma longa jornada pela frente. Um cordeiro era imolado, se alimentavam, às pressas, para a longa viagem que duraria quarenta anos. Era um anúncio daquilo que iria acontecer bem mais tarde, com o próprio Cristo. Ele ia ser o alimento para a nossa viagem para o céu, para a vida eterna”, iniciou Dom Jacinto, em sua homilia.
O Bispo ressaltou a importância da presença dos sacerdotes na Igreja, que tornam possível o pão consagrado para a comunhão dos fiéis com o próprio Cristo. “A Eucaristia precisa de alguém que a traga, no meio de nós. Deus não enviou anjos para celebrar a missa, ele escolheu os apóstolos, pessoas humanas. Para nós católicos, não há nada de maior e de melhor aqui na terra do que a santa Eucaristia. É a presença real de Cristo no meio de nós. Nós não enxergamos com os olhos, mas enxergamos com a fé; sabemos que ele nos acompanha e, normalmente, uma das últimas coisas que a gente recebe na vida é um pedacinho pequeno ainda, que é o Corpo do Senhor”, ressaltou o epíscopo.
Carinhosamente, Dom Jacinto voltou-se para os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística e agradeceu-lhes pela missão que cumprem, levando a Eucaristia para os doentes e idosos que não conseguem mais ir à igreja.
O dom do serviço
O Bispo, ainda, reforçou o ensinamento de Jesus Cristo para a humanidade na última ceia com seus apóstolos. “O que Jesus quis ensinar, naquela noite? Era costume, em Israel, quando um senhor ou senhora chegava a casa, de uma caminhada ou longa viagem, quem lavava os pés deles eram escravos ou empregados. Nunca um senhor lavava os pés de seu convidado. Por isso, a reação deles (dos discípulos) é tão forte. Pedro se acha indigno. Ele acha a maior humilhação Jesus lavar-lhes os pés. Eles todos devem ter ficado desconcertados. Mas Jesus diz: ‘Vocês não entendem isto agora, mas vão compreender mais adiante’. O que Jesus fez é o que, exatamente, a Eucaristia quer nos ensinar. Isto não serve só para os apóstolos, serve para todos nós, como Ele diz: ‘O maior dentre vós seja aquele que serve'”, pontuou Dom Jacinto.
Ao final de sua reflexão, o Bispo falou da alegria que sente por a Diocese contar com mais de quarenta seminaristas já com Ensino Superior. “Estou muito contente porque, na nossa Igreja da Diocese de Criciúma, temos algo que é muito raro neste momento em todo o Brasil e todo o mundo”, disse. Dom Jacinto agradeceu a generosidade pelo apoio material e a oração do povo por todas as vocações e disse que durante muitos anos, com certeza, a Igreja de Criciúma terá padres para trazer a Eucaristia.
Ao término de sua reflexão, Dom Jacinto convidou a comunidade das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo que hoje serve a Paróquia São José para fazer a renovação de seus votos, uma vez que seu carisma contempla também a adoração eucarística.
A celebração foi concluída sem a bênção final e seguiu com a Adoração ao Santíssimo Sacramento, que perdura até o meio dia desta sexta-feira santa.
Colaboração: Comunicação Diocese de Criciúma