Em comunicado emitido em Brasília, entidade amplia área de vacinação para estrangeiros e aponta para "terceira onda" de contaminação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) eleva o alerta sobre a febre amarela no Brasil e amplia a área onde a vacinação é recomendada a estrangeiros e turistas que visitem o País. Para a entidade, existem indícios de que uma “terceira onda” de contaminação esteja sendo iniciada, numa progressão do surto em direção ao Sul e Sudeste do Brasil.
A decisão foi emitida a todos os governos. Em comunicado de imprensa emitido em Brasília na quarta-feira, 13, o escritório da entidade internacional também informou aos meios de comunicação no Brasil sobre as medidas adotadas.
A iniciativa foi tomada depois que casos em humanos foram notificados de julho de 2018 a janeiro de 2019 em nove municípios do Estado de São Paulo, bem como a confirmação de casos humanos e epizootias (mortes de macacos) por febre amarela no estado do Paraná.
“Embora seja cedo para determinar se este ano terá os altos números de casos em humanos observados nos dois últimos grandes picos sazonais, há indicações de que a transmissão do vírus continua a se propagar em direção ao sul e em áreas com baixa cobertura vacinal”, declarou a OMS, em seu comunicado.
Entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano, a entidade apontou para 36 casos confirmados de febre amarela em humanos, incluindo oito mortes, em 11 municípios brasileiros. “Desses, nove estão no estado de São Paulo: El Dorado (16 casos), Iporanga (7), Cananeia (3), Cajati (2), Jacupiranga (1), Pariquera-Açu (1), Sete Barras (1), Vargem (1) e Serra Negra (1)”, indicou. No Paraná, casos não tinham sido identificados desde 2015. “Tanto o estado de São Paulo quanto o do Paraná anunciaram na semana passada medidas para reforçar a vacinação e proteger suas populações”, declarou OMS.
Diante desse cenário, a OMS sugeriu que a vacina seja adotada por quem vai viajar ais estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Tocantins, Santa Catarina e São Paulo.
A recomendação é de que a vacina seja aplicada dez dias antes do turista ou viajante embarcar para esses destinos. De acordo com a entidade, em janeiro, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), havia “convocado os países a continuarem os esforços para imunizar as populações em risco e manterem os viajantes internacionais orientados sobre a importância de se vacinarem contra a febre amarela ao menos 10 dias antes de se deslocarem para áreas onde o vírus causador da doença circula”.
Além disso, em dezembro, técnicos das cidades da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai se reuniram em Foz do Iguaçu para “iniciar o desenvolvimento de planos de contingência para surtos de febre amarela que pudessem ocorrer naquela zona”.
Imunização é medida mais importante, diz OMS
A OMS ainda insistiu, em seu comunicado emitido em Brasília, que a “medida mais importante para prevenir a febre amarela é a imunização”. “Quem vive ou se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos”, disse. “Apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros”, destacou.
Já pessoas com contraindicações para a vacina contra a febre amarela – como crianças abaixo de nove meses, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas com hipersensibilidade grave à proteína do ovo e imunodeficiência grave – assim como pessoas com mais de 60 anos devem consultar profissionais de saúde.
Com informações do site Terra