Política

Em seis meses, Lula recebe 572 visitas na sede da Polícia Federal

Maior movimento aconteceu nos dias que antecederam e sucederam a cassação da candidatura pelo TSE

Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg

Em seis meses de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu 572 visitas em sua cela especial na Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. A maioria foi feita por advogados com procuração para defender o petista, entre eles, políticos como o candidato derrotado do PT à Presidência, Fernando Haddad – que, embora seja advogado, não atua nos processos contra o apenado.

A nomeação de políticos aliados como defensores permitiu ao ex-presidente comandar o PT e a campanha de Haddad da prisão – onde cumpre pena de 12 anos e um mês desde o dia 7 de abril. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, o tesoureiro, Emídio de Souza, o deputado Wadih Damous e os ex-deputados Luiz Eduardo Greenhalgh e Luiz Sigmaringa Seixas também receberam procurações. Isso possibilitou visitas a Lula de segunda a sexta – direito previsto em lei para defensores de presos.

O período de maior movimento na cela de Lula foram os dias que antecederam e sucederam a cassação de sua candidatura pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Haddad visitou Lula nos dias 27 e 30 de agosto. Na semana seguinte, a cela – de cerca de 15 metros quadrados – ficou pequena para a maior reunião realizada por Lula, com dez advogados no dia 3 de setembro.

Entre eles, Haddad, que voltou na tarde daquele mesmo dia. O ex-prefeito de São Paulo foi oficializado candidato na semana seguinte. Na véspera e no dia do registro, 11 de setembro, Haddad e Lula tiveram quatro encontros que duraram, ao todo, cerca de dez horas.

Haddad fez 21 visitas entre 17 de maio e 8 de outubro, um dia depois da votação em primeiro turno – foram cerca de 400 horas de conversas, segundo os registros da PF. No dia 9, a presidente do PT anunciou que Lula teria mandado um recado: “Manda o Haddad fazer campanha, não precisa vir mais aqui”. E assim foi feito.

Além dos políticos, 21 advogados – defensores que atuam nas áreas criminal, cível e eleitoral – se revezaram nas visitas diárias. Os mais presentes foram os paranaenses Manoel Caetano Ferreira e Luiz Carlos da Rocha, com mais de 100 visitas cada. O criminalista Cristiano Zanin Martins, dos processos da Lava Jato, fez pelo menos 31 visitas no período. A banca constituída por Lula inclui ainda o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence (três visitas), o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão (11), José Roberto Batochio (sete) e Roberto Teixeira (quatro).

Em seis meses de prisão, Lula recebeu 54 visitas “sociais”, entre elas, as da ex-presidente Dilma Rousseff (duas visitas), Jaques Wagner (três) e de celebridades como Chico Buarque, Martinho da Vila e o ator e ativista americano Denny Glover.

Os registros da PF mostram que o ex-presidente recebeu 116 visitas da família, a maioria dos filhos, sempre às quintas-feiras – os demais presos da carceragem da PF recebem familiares e amigos às quartas.

Na prisão, o ex-presidente petista também teve o direito de receber visitas “religiosas” às segundas-feiras. Foram 17. O mais assíduo é o pai de santo Antonio Caetano de Paula Júnior, o Caetano de Oxóssi (três visitas), da Cabana Pai Tobias de Guiné, conhecida como Terreiro Tulap.

Com informações do site Estadão Conteúdo

Notícias Relacionadas

DIC de Criciúma apreende 1,5 kg de maconha e munição de calibre restrito

Revólver, munições e droga são encontrados durante blitz realizada pela PMRv de Içara

Frentista é morto durante assalto em posto de gasolina na BR-101, em Jaguaruna

O responsável pelo assassinato foi identificado e preso em um residência, em Sangão.

Polícia Civil cumpre mandados contra suspeitos de latrocínio em Sombrio