Falar de violência no Brasil, além de entediante, virou rotina. Cresce vertiginosa e indistintamente, deixando-nos intrigados e sem esperanças de que um dia o país retome as rédeas da situação.
É na política, no futebol, nas escolas, nas famílias, nas igrejas, nas ruas, nas instituições, governos, enfim em todos os âmbitos sociais.
Já usei este espaço inúmeras vezes para versar sobre o tema, mas após notícias sobre aumento de violência, agora contra professores, retomo o assunto para novas reflexões. Talvez até encontrem aqui pensamentos repetidos, mas o quadro que ora se apresenta merece ser repensado, estudado, refletido.
A violência entre os seres humanos não é um fenômeno do mundo moderno. Toda trajetória da humanidade foi marcada por inúmeras tragédias que mutilaram muitas gerações psicológica e fisicamente. No entanto, a maneira como vem crescendo está levando o desespero às famílias, desencantando crianças, destruindo sonhos, ceifando vidas. Todos os dias nos deparamos com uma sequência de fatos hediondos, praticados indiscriminadamente apavorando não só brasileiros, mas o mundo todo. Está em toda parte e tornou-se a principal manchete de todo e qualquer veículo de comunicação. As causas são muitas e de grandes dimensões.
A comunicação de massa manipula o emocional das pessoas pela forma como faz a notícia veicular. Discutem-se leis, que não são executadas, faz-se sensacionalismo com as tragédias que se sucedem assustadoramente, mas quem para para pensar a origem de tanta falta de respeito para com o ser humano, para com a natureza, com o Planeta? O que está acontecendo com as pessoas? De onde vem a violência? Já paramos para pensar que hoje a violência maior começa no seio da família? As grandes brigas começam dentro dos lares. Quantos pais matando-se entre si por puro egoísmo, usando a criança inocente como refém de suas fraquezas? Quantos cidadãos morrendo de fome? Quantos sonhos destruídos pela falta de perspectivas de uma vida melhor, de salários indignos, por falta de amor, pela agressão ao meio ambiente? Onde e quando tudo isso vai parar?
Você já parou para refletir quais os custos da violência brasileira, uma das mais dramáticas do mundo? São milhões usados diariamente e que poderiam ser investidos em políticas públicas para acabar com a falta de segurança, de saúde, de educação, de emprego… E nós, pagando a conta sempre! Mas, quem paga o sofrimento físico e psicológico pelos quais passam as vítimas da violência? Morte, roubo, estupro, assassinato, corrupção, insegurança trazem danos irreparáveis. O que fazer? A quem recorrer? Estamos órfãos, cada vez mais decepcionados; e as famílias angustiadas, jovens inseguros em relação ao futuro, incertezas, preocupações.
Assim, parafraseando um autor desconhecido, é urgente que se busque resposta para a pergunta que não quer calar dentro de nós: “Qual a origem desta força tanto material como moral empregada contra a vontade ou a liberdade de um ser”?