Reajuste de quase 14% será repassado a partir da próxima semana. A alta é duas vezes maior do que a inflação oficial
A anergia ficará mais cara, a partir da próxima semana, para consumidores de energia da Celesc em todo o Estado. O reajuste médio anunciado é de 13,86% na conta de luz e será repassado a partir de quarta-feira (22). A alta é duas vezes maior do que a inflação oficial (IPCA) acumulada no período considerado, de agosto de 2017 a julho de 2018, que alcançou 4,48%.
Conforme divulgado pela jornalista Estela Benetti do NSC Total, as residências, que utilizam baixa tensão e integram o Grupo B de consumo, terão alta de 13,15%. As empresas, especialmente industriais e grandes estabelecimentos comerciais como os shopping centers, que usam alta tensão e integram o Grupo A, terão alta de 15,05%.
Desta vez, o que mais pesou no aumento da conta de luz foi a elevação de encargos setoriais, com aumento de 21,44%; e o custo da energia comprada pela distribuidora, que subiu 11,06%. Segundo a Aneel, esses dois itens responderam por 4,77% e 5,08%, respectivamente, no efeito médio dos 13,86%.
Outro peso importante veio dos custos financeiros resultantes de compra de energia, principalmente térmica, no ciclo tarifário anterior, que ultrapassaram a cobertura tarifária prevista para o período. Esse item correspondeu a 7,48%. A tarifa inclui também os custos operacionais da Celesc, que variaram 1,86% nos 12 meses considerados, por isso pesaram apenas 0,37% no reajuste final.
“De cada R$ 1,00 faturado pela Celesc, menos de 14 centavos ficam com a empresa”, afirma o presidente da companhia, Cleverson Siewert, ao destacar que a tarifa paga pelo consumidor inclui os custos totais, ou seja, de geração, transmissão, distribuição, encargos setoriais e impostos.
Impostos e encargos
Do total pago na conta de luz, 34,3% são os custos da energia; 26,8% são impostos (21,4% de ICMS e 5,4% de PIS e Cofins), 18,2% são encargos setoriais, 13,6% custos de distribuição, 6,8% custos de transmissão e 0,4% são receitas irrecuperáveis.
Os encargos setoriais que os consumidores terão que pagar são para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), Encargos de Serviços do Sistema (ESS) e Energia de Reserva (EER), Proinfa, P&D e Eficiência Energética e Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica.
Em agosto do ano passado, o reajuste do preço da energia para os catarinenses foi menos salgado, 7,8%. Contudo, segundo a Celesc, de 2010 a 2018, a conta de luz das residências de SC subiu 60,14% enquanto a inflação acumulada avançou 62,68% no período e o IGP-M, 62,75%.