Neste final de semana, uma série de eventos marcam as comemorações de aniversário.
Palco de grandes batalhas, lugar com fauna e flora abundante. Assim pode ser definida Laguna, que neste domingo comemora 342 anos de fundação. Neste final de semana, uma série de eventos marcam as comemorações de aniversário.
Foi no ano de 1676, em 29 de julho, que o bandeirante vicentista Domingos de Brito Peixoto chegou a Laguna. Por ser devoto ao Santo Antônio, o bandeirante batizou o lugar como Santo Antônio dos Anjos de Laguna, e sua primeira providência foi a construção de uma capelinha, de pau a pique, no mesmo local da atual. Poucos moradores fixaram residências na localidade neste período.
Segundo o historiador Antônio Carlos Marega, Laguna foi colonizada em duas etapas: a primeira, no século 18, em meados de 1740. Já na segunda etapa da colonização, na primeira metade do século 19, com o crescimento do porto, os chamados portugueses do continente trouxeram o desenvolvimento econômico para a cidade.
Era o porto de Laguna que viria, em 1839, transformar a pacata vila em cenário revolucionário. A República Rio Grandense, fundada pelos farroupilhas, precisa prosperar e, para isso, necessitava chegar até o mar. Os imperialistas controlavam os portos e rios do Estado vizinho.
Chegada dos açorianos
Entre os anos de 1748 e 1756 vieram os imigrantes açorianos, incentivados pela coroa portuguesa, com a intenção de impulsionar as vilas litorâneas do Sul do Brasil com o aumento populacional. Isto provoca uma grande modificação nos usos e costumes da Vila, um maior desenvolvimento da agricultura e dos moinhos de farinha de mandioca. Os açorianos, ao chegarem, adaptaram-se à nova vida. Modificaram alguns de seus hábitos, entre eles os alimentares.
Substituíram a farinha de trigo, base da alimentação, pela farinha de mandioca, e a carne pelo peixe. O peixe era salgado para consumo ou exportação. Até o início do século XIX, a economia continuou sendo de subsistência, e o porto era um fator preponderante ao desenvolvimento de Laguna. A vila foi elevada à condição de cidade, com denominação de Laguna, por lei provincial n.º 239, de 15 de abril 1847.
Jovens descobrem Centro Histórico
Os novos moradores do Centro de 342 anos de Laguna não gostam de rótulos, estão na faixa etária de 18 a 30 anos. Preferem a liberdade e desejam experiências.
Eles estão, aos poucos, sendo mais vistos no Centro Histórico, com acesso rápido e fácil à universidade, localizada a poucos metros. Depois de movimentar o mercado imobiliário no Mar Grosso, perceberam que os casarões antigos são um novo espaço a ser explorado.
A vocação do Centro Histórico está no meio universitário, avalia a arquiteta Ana Paula Citadin, do Iphan de Laguna. “Uma nova fase está iniciando, devagar, mas permanente”, classificou.
Atualmente, a Udesc tem 674 estudantes, em sua maioria, de outras cidades; 52 professores; e 21 técnicos universitários em três cursos de graduação: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia de Pesca e Ciências Biológicas (Biodiversidade e Biologia Marinha). Possibilidades de novos cursos, como Direito, estão nas conversações entre Poder Público e universidade.
As amigas Valquíria Lucena, de 22 anos; Natacha Marcante, de 23 anos; e Kátia Adonai, de 28 anos, juntaram seus pontos de vista e decidiram seguir suas escolhas. Em meses de procura, encontraram, numa imobiliária da cidade vizinha, a oferta de uma casa que desejavam, com atrativo preço, bom espaço, comodidade, e no Centro Histórico, o meio urbano que tanto queriam.
Como em outras cidades históricas com universidades pelo Brasil e pelo mundo, a chegada de novos jovens requer que haja lugares para que possam morar. Neste movimento, transformam o mercado de alimentos, imóveis e a economia local de modo geral.
Para atender à clientela, os proprietários começam a restaurar seus imóveis. Muitos são tombados pelo patrimônio histórico com normas para as melhorias. Nos próximos anos, o Centro Histórico e arredores estarão recebendo novos moradores, o Poder Público, empresários e prestadores de serviço devem olhar com atenção para o fenômeno que poderá transformar o bairro mais antigo de Laguna.
Com informações do Diário do Sul