Geral

Pesquisador desenvolve revestimento cerâmico autolimpante

A ideia é utilizar uma fina camada em cima das placas cerâmicas já prontas e requeimá-las.

Um revestimento cerâmico que utiliza a radiação solar (UV) para degradar matéria orgânica (como óleo, graxas e microrganismos – bactérias, entre outros). Este foi o resultado da pesquisa do professor doutor Adriano Michael Bernardin, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da Unesc, que ainda está em andamento. Bernardin ficou parte de 2011 na Espanha, no Instituto de Tecnologia Cerâmica (ITC) da Universitat Jaume I de Castellón, realizando seu pós-doutorado. Sua pesquisa é uma parceria entre ITC, UFSC, UFSCar, IMG e Unesc, com coordenação do pesquisador e professor Dachamir Hotza (UFSC).

Em sua pesquisa, Bernardin utilizou um material semicondutor (óxido de titânio), que reage na presença de luz solar e água (a umidade do ar em alguns casos é suficiente). “Este processo gera radicais oxidantes que interagem com a matéria orgânica transformando-a em CO² e água”, explicou o professor.

A ideia é utilizar uma fina camada em cima das placas cerâmicas já prontas e requeimá-las. “Qualquer empresa cerâmica é capaz de fazer isso”, destacou. Ele explicou que o óxido de titânio é um material caro, mas como seu uso vai ser em pequena escala o valor do produto não deve sair muito caro. “Em laboratório os resultados foram satisfatórios. Agora é preciso levar para a indústria”, ressaltou.

O professor da Unesc explicou que esta aplicação, usando materiais semicondutores, foi descoberta na década de 1980 no Japão, sendo que na Europa ela está sendo utilizada com materiais cimentícios, criando lajotas que podem decompor gases nocivos. “Finas camadas desse material têm sido utilizadas em outras aplicações, como em uma folha de papel, que colocada em uma sala retiraria as impurezas do ar, como o cheiro do cigarro”, comentou.