O número de golpes de estelionato efetuados por sites de compras tem crescido consideravelmente pela região, sendo realizados das mais diferentes formas e pelos mais diferentes tipos de estelionatários. Em uma situação que vem sendo registrada pelos órgãos de segurança atualmente, os golpistas tem utilizado o nome de um policial militar como se fosse o comprador.
No golpe, o estelionatário entra em contato, via Whatsapp, com pessoas que estejam vendendo produtos em sites de comercialização pela internet, demonstrando interesse em consumar a venda. Durante as supostas negociações, o indivíduo efetua um depósito em um caixa eletrônico e envia o comprovante da transação, alegando ter pago o valor combinado. Em seguida, alguma outra pessoa busca o objeto vendido e o leva embora. No entanto, quando o depósito cai na conta bancária, o vendedor percebe que foi enganado e o envelope está vazio, ou que recebeu apenas alguns reais pela venda.
Na última semana, uma comerciante de Forquilhinha quase se tornou mais uma vítima, ao tentar vender um notebook. “A pessoa entrou em contato comigo, falando que era policial militar e trabalhava na região, que não conseguiria me encontrar por conta do trabalho, mas que mandaria sua irmã buscar o aparelho assim que ele efetuasse o pagamento via depósito. Depois pediu os dados da minha conta e a localização de onde deveria buscar. Achei estranho, porque ele falou que havia depositado o valor que eu pedi sem nem olhar o produto, por isso, parei de responder”, conta, preferindo não se identificar.
Logo no dia seguinte, a confirmação de que era um golpe veio por meio de uma ligação. “Uma agencia bancária do Rio Grande do Sul me ligou, dizendo que haviam efetuando um depósito no caixa eletrônico, destinado à minha conta, afirmando o valor de R$ 3 mil. Só que quando foram conferir, perceberam que o envelope estava vazio. A atendente disse que por lá está acontecendo muito esse tipo de golpe, e que está começando a ser registrado também em outros estados”, completa a comerciante.
Por fim, apesar de não ter se tornado mais uma vítima, ela ressalta que a pessoa fica com um sentimento de ser enganada. “E pior, porque sei que muita gente cai e que esse valor que não é pago acaba fazendo muita falta. É um sentimento semelhante a como se tivesse sido furtada dentro da própria casa”, desabafa.
Polícia ciente da situação
O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar – BPM de Criciúma, tenente-coronel Evandro de Andrade Fraga, confirma que o fato de o nome de um policial da região estar sendo utilizado nesse tipo de golpe já chegou ao conhecimento da corporação. “Assim que o próprio policial soube, registrou um Boletim de Ocorrência e nos informou sobre a situação. Agora, o caso segue sendo investigado pela Polícia Civil”, argumenta.
Orientações importantes
Nestes casos, a principal dica é para que as pessoas não entreguem os produtos antes de se certificarem que o dinheiro realmente caiu na conta, depois de o depósito em caixa eletrônico ser conferido pela agência bancária. No entanto, se já se tornou uma vítima, a orientação é para que registre o Boletim de Ocorrência e tente colher o máximo de informações que conseguir a respeito do fato, bem como imagens e detalhes sobre o golpista.
Segundo o Código Penal, o crime de estelionato pode resultar em reclusão de um a cinco anos, além de multa e possibilidade de aumento da pena, variando de acordo com os possíveis agravantes.
Com informações de Francine Ferreira / Clicatribuna