Por meio da colaboração dos corais da região da Capital do Vale, Nicorderme Remy alcançou o montante utilizado para documentação, passaporte e passagens
A corrente de solidariedade em torno da família haitiana de Nicoderme Remy, de 38 anos, rendeu bons frutos nesta sexta-feira. Depois de um ano, ele e a esposa conseguiram levantar o dinheiro necessário para tornar possível o sonho do casal de reencontrar os dois filhos pequenos, que viviam no Haiti com familiares.
Apesar de o dinheiro representar um imenso passo, o caminho até a chegada de Nikevenson, 7 anos, e Valdenson, 5 anos, a família Remy contou com o apoio de muitos moradores da região de Braço do Norte para trazer os dois meninos ao Brasil. Nicordeme e Clousse Benoit, de 37 anos, vieram para o Brasil, porque no Haiti eles estavam desempregados. Sem ocupação e sem expectativas para seguir com suas famílias, os jovens que possuíam um primo que morava em Braço do Norte, decidiram arriscar e entraram ilegalmente no país. Foram quase seis mil quilômetros até chegar à Capital do Vale.
Ao chegar a Braço do Norte, os dois homens encontraram algumas dificuldades de adaptação, principalmente na hora da comunicação. No Haiti a língua oficial é o francês e o crioulo haitiano. No entanto, aos poucos foram aprendendo o português. Praticantes do catolicismo, a dupla conheceu a igreja matriz e começaram a frequentar as missas. A presença dos jovens manuseando uma bíblia escrita em francês chamou a atenção do maestro dos 18 corais das paróquias de Braço do Norte, Lourenço Müller.
Após um período para levantar o montante, os 18 corais comandados por Lourenço entregaram o valor arrecadado para Nicordeme para ele trazer os dois filhos pequenos para Braço do Norte. No ano passado, com o apoio desse mesmo grupo, ele e Clouse conseguiram trazer para o Brasil as esposas, o último, porém, também trouxe uma bebê, que na época tinha apenas alguns meses.
Com informações do Jornal Notisul