Educação

A baixa qualidade da educação brasileira

A professora e colunista Ana Maria Dalsasso questiona os pais sobre a qualidade da educação nas escolas públicas do país. E você, está satisfeito?

Fotos: Divulgação

Há poucos dias, discorri aqui neste espaço sobre a pretensão do Governo Federal de oferecer ensino à distancia para alunos de Ensino Médio. Lembrando que, seria um retrocesso na educação, que “adolescentes não têm maturidade para discernir as coisas” e, por isso, precisam de alguém que lhes aponte o caminho.

Na aquisição do conhecimento, o professor é insubstituível. O contato, a troca de experiências, o afeto, a convivência, tudo faz parte do crescimento do ser humano, e a máquina é incapaz de preencher este espaço. A preocupação reside no fato de, a educação brasileira aparecer reprovada sempre que avaliada em pesquisas. Essa é a razão pela qual faço tal introdução, pois acaba de serem divulgados dados preocupantes sobre a atual situação educacional do país.

 Numa relação de aproximadamente 70 países, o Brasil ocupa a 63ª posição em Ciências, a 59ª em Leitura e 66ª em Matemática.

Enquanto as autoridades governamentais tentam passar à sociedade, uma imagem de que a educação no país caminha a passos largos, que o índice de analfabetismo diminuiu, que as escolas nunca foram tão bem equipadas como o são, que professores são valorizados e estimulados, a realidade que se apresenta é desesperadora. Só não enxerga quem não quer.

Fotos: Divulgação

O acesso à escola existe, porém falta qualidade no ensino. O último ranking divulgado, numa relação de aproximadamente 70 países, o Brasil ocupa a 63ª posição em Ciências, a 59ª em Leitura e 66ª em Matemática. Mas, hoje não são apenas os exames de proficiência dos estudantes que denunciam a realidade. A pesquisa ouviu brasileiros de todos o pontos do país, de variadas faixas etárias, de níveis socioeconômicos e escolaridade diversificados e, 74% apontam a má qualidade do ensino como um entrave para o desenvolvimento do país.

É preciso que pais e alunos parem de fingir que estão satisfeitos com as escolas que têm.

Se o desenvolvimento de um país passa pela educação proporcionada a seu povo, fica evidente que os graves problemas enfrentados pelo mesmo, poderiam ser minimizados se a educação fosse tratada com seriedade.

Um dado interessante que chama a atenção é a percepção dos entrevistados. Para 77%, o problema está relacionado ao avanço da violência, a corrupção à baixa qualidade da educação. A falta de segurança nas escolas, a falta de investimento na formação a valorização do profissional, a má gestão dos recursos públicos destinados à educação e a falta de preparação para o mercado de trabalho são pontuações feitas pela maioria, ficando evidente a preocupação com o futuro das gerações.

Precisamos de professores apaixonados e gestores comprometidos.

Nosso sistema educacional não fracassa por acaso, mas sim porque há interesses intrínsecos para que nada dê certo. Pois bem, sabemos que quanto menos habilidade o cidadão tiver, mais dificuldade terá para desenvolver seu potencial e buscar seu lugar ao mundo. Isso interessa à classe dominante. É preciso que pais e alunos acreditem que, para terem uma vida melhor, precisam educação de qualidade, e parem de fingir que estão satisfeitos com as escolas que têm.

Precisamos de professores apaixonados, gestores comprometidos, livres das amarras das indicações políticas, que se mostrem motivados, orgulhosos e dispostos a fazerem da sua, a melhor escola do mundo.

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