Um grupo de clientes prejudicados pela demora em ver resolvida a pendência que a Criciúma Construções tem com eles protestou no fim da tarde dessa segunda-feira (12), em frente ao Fórum da Comarca de Criciúma, onde tramita a maioria dos processos envolvendo a empresa, assim como a recuperação judicial da construtora. Segundo eles, o Judiciário está demorando além do aceitável para dar uma resposta efetiva à situação dos credores.
O protesto teve como foco os condomínios Vivendas do Parque, de Cocal do Sul, Jardins dos Lírios e Villa Felice, ambos de Criciúma, que ainda não foram desincorporados. “O nosso processo está parado, numa situação de morosidade. Então fazemos esse um apelo ao Judiciário para que olhe com atenção e mais agilidade dentro do possível”, resumiu a representante do condomínio Vivendas do Parque, Michelle Bonetti.
“A imagem que a gente tem é que está tudo resolvido, e não é bem assim. Alguns condomínios, como o nosso, estão com a obra para ser entregue desde junho de 2013. Há pessoas que deram tudo o que tinham e estão sem uma casa para morar, pagando aluguel desde então”, lembrou Michelle.
Administrador garante que o possível está sendo feito
A recuperação judicial da Criciúma Construções é um processos dos mais complexos em trâmite em Santa Catarina. De acordo com o administrador judicial Agenor Daufenbach Júnior, todos os juízes e demais envolvidos no processo têm se dedicado. “Nenhum interessado nunca encontrou as portas do fórum fechadas”, garantiu. Segundo ele, se algum empreendimento não está com é porque falta alguma adequação técnica aos parâmetros aprovados no plano de recuperação judicial. “Está sendo feito o que é possível fazer. Dada a complexidade do processo, ele caminha muito bem”, avalia o administrador, que prevê para o fim deste ano o encerramento.
Desde que a Criciúma Construções começou a não honrar com os compromissos, em 2014, o Judiciário foi inundado de ações ajuizadas por clientes lesados, trabalhadores, fornecedores e Ministério Público contra a empresa. Este último estimou que, quando todo o problema começou, faltariam R$ 900 milhões para concluir todas as obras, prejudicando mais de 8,8 mil clientes.
O processo de recuperação judicial, protocolado há três anos pela construtora, já passou das 26 mil folhas, mais de 2 mil movimentações e já passou pelas mãos de vários juízes – três deles se declararam suspeitos para julgar o caso por motivos de foro íntimo, situação em que não há necessidade de detalhar publicamente as razões.
Com informações de Renan Medeiros / Clicatribuna