O ex-presidente da ONG Multiplicando Talentos, que administrava os Centros de Atendimentos Socioeducativos Provisórios – Casep’s da região, como as Casas Semiliberdade, Eduardo Milioli da Silva, foi libertado do Presídio Santa Augusta na tarde desta terça-feira (27).
O habeas corpus foi julgado no Tribunal de Justiça de Santa Catarina – TJSC favorável à liberdade do réu em troca de algumas medidas cautelares. Eduardo é réu em ao menos três processos.
A ação é resultado da Operação Talentos, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO no dia 27 de julho do ano passado em apoio à investigação desenvolvida pela 11ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, que apurou o desvio de recursos públicos do sistema socioeducativo no Sul, gerenciado pela OSCIP.
A OSCIP Multiplicando Talentos foi conveniada pelo Estado de Santa Catarina, por intermédio da Secretaria de Justiça e Cidadania, para gestão dos Casas de Atendimento Socioeducativo Provisório de Criciúma e Tubarão e das Casas de Semiliberdade de Criciúma e Araranguá, recebendo em razão dos convênios significativas quantias de valores a partir do ano 2009.
A denúncia apresentada pelo Promotor de Justiça Diógenes Viana Alves relata uma série de desvios destes recursos públicos, que deveriam ter sido aplicados exclusivamente na manutenção das unidades socioeducativas, realizados pelo presidente da Multiplicando Talentos com auxílio dos outros oito denunciados. Somente ele seguia detido até então.
As investigações demonstraram que bens e serviços eram lançados e pagos com recursos públicos como se fossem em benefício das unidades atendidas, quando, em verdade, eram destinados à própria OSCIP, à empresa particular de Eduardo Milioli da Silva, ou mesmo em seu proveito pessoal.
Também foi constatada a contratação de servidores como se fossem para as unidades atendidas, pagos com dinheiro público, mas que trabalhavam para a Multiplicando Talentos e para as empresas do presidente da OSCIP.
Eduardo responde também por falsidade ideológica, devido ao lançamento de dados falsos nas prestações de contas da entidade.
Com informações da Rádio Hulha Negra