Uma doença que atinge as lavouras de maracujá tem deixado produtores do Sul catarinense preocupados com possíveis prejuízos por causa do rápido contágio e da qualidade da safra. O vírus do endurecimento do fruto deixa os maracujás menores, com a polpa seca, e com a casca grossa, manchada e sem brilho.
Segundo a Epagri, o vírus foi identificado no estado em 2016, na maior região produtora do estado, quando o número de produtores aumentou. A doença não faz mal às pessoas, mas afeta diretamente o bolso dos consumidores. Ela é transmitida por um pulgão, inseto que suga a seiva das folhas. Uma vez que um pé fica contaminado, o contágio ocorre rapidamente, sendo que até o facão usado na poda pode passar o vírus.
O gerente da Epagri de Araranguá, Reginaldo Ghellere, avalia que o prejuízo registrado em 2017 já foi grande por causa do vírus e o trabalho para reverter a situação envolve mudanças no manejo. “A gente estima que prejuízo foi de pelo menos R$ 3 milhões a menos, na produção em função da doença, seja por redução produtividade quanto por qualidade”, explica.
“Ano passado colhi 5,3 mil caixas. Este ano se chegar a 2,5 mil é muito”, lamenta Jairo Borges Elias, produtor em Sombrio.
No pomar de Elias, a doença atinge quase todos os pés que foram plantados há dois anos. A orientação de técnicos era para retirar as plantas mais velhas e plantar novas mudas. No entanto, ele não seguiu a recomendação, pois outros produtores vizinhos não pretendiam fazer o mesmo. “Era muito pertinho, aí resolvi deixar também. Me arrependi”, diz.
Dicas aos produtores
Ainda segundo Ghellere, se os produtores seguirem algumas orientações é possível evitar danos maiores. A safra do maracujá começou neste mês e vai até a metade do ano.
“As medidas começam com a produção das mudas em viveiros protegidos com telas, mudas devem ir a campo com 70 cm de altura, as lavouras devem estar protegidas por quebra vento, que protege tanto do vento, quanto do pulgão”, explica.
O atacadista e produtor Edinei Marcelo Bendo tem esperanças que a safra possa ser boa, mesmo com a presença do vírus em algumas lavouras. “Ano passado a media das caixas foi R$ 12. A gente espera que seja um ano melhor, se ficar em torno de R$ 15, R$ 18, até R$ 20 a caixa”, afirma.
Com informações do site G1 SC