O secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande, tomou posse nesta segunda-feira (22), e falou com a imprensa sobre os projetos e ações para 2018 à frente da pasta. O ortopedista Marcelo Lemos dos Reis será o secretário adjunto e trabalhará com Casagrande para reduzir custos, otimizar recursos e regionalizar a Saúde. As nomeações foram publicadas no Diário Oficial 20.693, de 19/01/2018.
“Temos linhas definidas de trabalho e estamos ainda montando a equipe que buscará os resultados conosco. Nossa prioridade é efetivar a regionalização da Saúde, tirar as ambulâncias das estradas, organizar os serviços em cada região do estado, vocacionar os hospitais. Para isso, vamos fazer o Plano Diretor de Regionalização Regional (PDR), que é um plano emergencial com critérios rígidos daquilo que os hospitais e municípios podem oferecer”, explica Casagrande.
Aliado a isso, as secretarias municipais de Saúde serão chamadas para um grande trabalho de prevenção. “Não adianta só tratar o doente. Precisamos trabalhar a prevenção, evitando que o paciente com diabetes não chegue descompensado nos hospitais e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Será um trabalho de interação com programas específicos e de excelência com integração dos sistemas”, fala o secretário.
O avanço da Telemedicina foi outro tema tratado. “Vamos continuar desenvolvendo a Telemedicina para que nosso plano de regionalização se fortaleça. Onde as pessoas consigam ser atendidas nas suas regiões e o médico consiga ter um parecer rápido pelo especialista”, cita Casagrande.
Entrevista
Como colocar em prática esse plano ousado em tão pouco tempo?
Acélio: Estamos trabalhando com indicadores e criando programas. Com este diagnóstico de quem vem para a capital ou quem sai do estado para ser atendido, podemos atuar pontualmente em cada região, de acordo com suas necessidades. O tempo é curto, mas a equipe é boa e trabalharemos muito.
Qual o valor do orçamento da saúde em 2018?
Acélio: Segundo a Secretaria de Estado da Fazenda, o orçamento da Saúde para esse ano é de R$ 2,7 bilhões, ou seja, 14% da aplicação mínima em Saúde do governo catarinense. Por mês, é em torno de R$ 220 milhões. É importante lembrar que, desse montante, R$ 105 milhões é para o pagamento da folha de pessoal da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Vamos trabalhar com muita transparência.
E quanto à judicialização da Saúde?
Acélio: Dentro desses R$ 2,7 bilhões, tem uma previsão de R$ 200 milhões que devem ser gastos com a judicialização. Vamos pedir muita colaboração dos médicos para tentar diminuir isto, para podermos investir em outras áreas como a prevenção, por exemplo. É muito mais caro atender dentro do hospital que fazendo a prevenção nas unidades de saúde.
Marcelo, enquanto diretor do Hospital Celso Ramos e superintendente dos Hospitais Públicos, o senhor vinha realizando ações importantes para a Saúde. Quais serão as estratégias de trabalho como secretário adjunto?
Marcelo: Na Superintendência dos Hospitais Públicos, atuei fortemente na integração de todos os sistemas dentro dos hospitais próprios. Falava-se muito em perda de controle de medicação, de prontuários, e nós estamos informatizando todos os hospitais da SES. Queremos levar esta integração também para fora da rede de hospitais próprios. Os hospitais filantrópicos têm uma contribuição de mais de 70% de todo o atendimento de Santa Catarina.
Outra ação é integrar os prontuários médicos. Atualmente, o prontuário em Santa Catarina não é único. Isso seria de grande valia para os pacientes, pois em qualquer lugar do território catarinense o paciente teria um único prontuário. Isso diminuiria o excesso de pedidos de exames para o mesmo objetivo, otimizando recursos e atendimento.
Qual o valor da dívida da Secretaria de Estado da Saúde atualmente?
Acélio: Vamos aguardar o Tribunal de Contas do Estado oficializar a secretaria sobre o relatório da dívida. Após isso, faremos uma análise de item por item. Os técnicos da SES fizeram um levantamento e chegou-se no valor em torno de R$ 700 milhões. Se o Tribunal de Contas apresentar R$ 1 bilhão, certamente será uma análise muito bem feita e aguardaremos a recomendação do órgão para a liquidez disto.
Como ficará o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)?
Acélio: Sou simpático ao trabalho do Samu em parceria com o Corpo de Bombeiros. Está marcada para a próxima semana uma reunião entre a nossa secretaria e o Corpo de Bombeiros para ajustar essa cogestão. Hoje, o que vem de recursos do Ministério da Saúde para o Samu é R$ 1,8 milhão por mês, enquanto o contrato é de R$ 9 milhões. Estamos fazendo de tudo para dar uma equacionada nisto.
No final da entrevista coletiva, o secretário Acélio Casagrande informou que estará reunido nesta terça-feira, 23, pela manhã, com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para se apresentar como novo gestor da pasta e solicitar mais recursos para Santa Catarina. “Queremos aumentar o per capita e, para isso, temos que apresentar soluções ao ministério. Um caminho é mostrar que o estado produz mais do que recebe e, o outro, é fazer as habilitações para isso. Precisamos aumentar a receita e diminuir as despesas. Tenho uma ótima relação com o ministro e demais profissionais do Ministério da Saúde, então as expectativas são muito boas”, conclui Casagrande.
Colaboração: Gabriela Ressel / Comunicação Secretaria de Estado de Saúde