A dívida dos avicultores integrados à JBS de Morro Grande e que foram desligados após o fechamento da unidade supera a cifra dos R$ 2 milhões, segundo levantamento da Associação dos Avicultores do Sul Catarinense.
O montante é resultado dos empréstimos bancários que os produtores fizeram para investir em melhorias e expansão dos aviários. De acordo com o presidente da entidade, Emir Tezza, mais de cem avicultores foram impactados com o encerramento das atividades.
“Temos associados que devem R$ 100 mil aos bancos, outros R$ 80 mil. Agora que foram desligados eles não têm como pagar essa dívida”, afirma.
A entidade está finalizando o levantamento do total de débito para enviar à Confederação Nacional de Avicultura (CNA), com sede em Brasília. A previsão é encerrar a coleta de dados até o próximo dia 15.
“Queremos discutir a possibilidade de o governo ou a própria JBS arcar com essa dívida, alguém tem que ser responsabilizado”, pontua o representante da categoria.
Unidade abatia 110 mil frangos por dia
A unidade da JBS de abate e processamento de aves de Morro Grande foi desativada no fim de setembro de 2017. A empresa justificou a ação como medida de contenção e reestruturação de gastos.
A empresa era a maior responsável pela geração de riquezas do município, criando um clima de incertezas e apreensão para os próximos anos. Além dos avicultores desligados, a medida causou a demissão de 740 trabalhadores.
O complexo processava aproximadamente 110 mil frangos por dia. Parte dos avicultores integrados foram deslocados para as unidades de Nova Veneza e Forquilhinha.