Segundo Aprasc, há policiais precisando levar até papel higiênico para o serviço.
Policiais militares de Santa Catarina estão sem condições mínimas para poder oferecer segurança à população, afirma a Associação de Praças do Estado – Aprasc. Em alguns lugares, viaturas têm ficado paradas por falta de combustível e há policial tendo que levar até papel higiênico para as bases, segundo a instituição.
Há bases da PM que às vezes ficam sem dinheiro para o combustível das viaturas. Os carros da Polícia Militar chegaram a ficar parados em unidades de pelo menos quatro regiões catarinenses: no Oeste, Sul, Vale do Itajaí e na Grande Florianópolis.
Conforme a Aprasc, os policiais receberam orientação verbal de atender apenas ocorrências graves. As rondas foram suspensas por falta de gasolina. O governo do estado diz que repassou R$ 280 mil para a compra de combustível para as viaturas e que o serviço de rondas foi retomado na maioria das unidades.
Falta de papel higiênico
Dentro das unidades, os PMs também enfrentam escassez. Na sede onde ficam Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), atendimento ao 190 e 193, em Florianópolis, há um aviso pedindo que os policiais levem seu próprio papel higiênico.
“O centro de armazenamento e distribuição não disponibiliza no momento materiais de higiene pessoal, papel higiênico e papel toalha. Por esse motivo a orientação é que cada integrante providencie seu material de higiene”, diz o texto preso ao mural do local.
“Condições mínimas de trabalho, como alimentação, higiene básicas, viaturas com combustível. Esse racionamento mata o serviço primordial da Polícia Militar: polícia ostensiva e preventiva. Não tem como fazer isso sem ronda. Não somos contra a economia de recursos públicos, mas tem que saber onde economizar. Segurança pública não é gasto, é investimento”, afirma Everson Henning, coordenador de imprensa da Aprasc.
O investimento está cada vez menor. A Secretaria da Fazenda disse que este ano a PM teve um incremento na verba para abastecer as viaturas: de R$ 14,3 milhões em 2016 para R$ 18,3 milhões em 2017.
Porém, uma pesquisa feita em julho desse ano pela Lei de Acesso à Informação mostra que o valor destinado para compra de combustível às viaturas teve uma redução de quase R$ 10 milhões. Em 2016 eram mais de R$ 19 milhões e a previsão para todo 2017 é de R$ 9,9 milhões.
Posicionamento
A Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina informou que a PM deveria se manifestar sobre a situação. No entanto, à Polícia Militar disse à reportagem que não se manifestaria sobre a falta de combustíveis. Sobre a falta de itens de higiene, a PM informou que está tomando as medidas cabíveis para resolver o problema.
Com informações do site G1 SC