De acordo com a promotora Marcela Hülse Oliveira, Acirton realizou operação financeira de vulto sem os necessários esclarecimentos e análise do Conselho Deliberativo.
A direção do Hospital São Donato acabou substituída por interferência judicial nesta segunda-feira, dia 19. A decisão do juiz Fernando de Medeiros Ritter foi pelo afastamento de Acirton Costa na reta final do mandato. A manifestação ocorreu em ação civil pública movida pelo Ministério Público contra a Fundação Hospitalar e o também contra o presidente da entidade. A liminar havia sido concedida na última sexta-feira, dia 16, contudo, sem a notificação dos envolvidos.
A certificação do oficial de Justiça ocorreu durante a prestação de contas que Acirton fazia para o Conselho Curador e Diretor da instituição. No mesmo ato foi colocado no cargo a interventora Simoni Serafim. Representante da União das Associações Comunitárias de Içara (Uaci), até então era secretária dos curadores. Ela precisou ir até a entidade para ser apresentada no final da tarde.
"Fui pega de surpresa. Na quarta-feira irei na Promotoria tomar conhecimento de toda a situação junto com o Departamento Jurídico do hospital. Não farei isto nesta terça porque o advogado não estará disponível", detalha. Uma das tarefas dadas a Simoni será a realização de auditoria. Caberá a ela também convocar a eleição do Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal conforme determina o novo estatuto.
De acordo com promotora Marcela Hülse Oliveira, o erro de Acirton foi não observar o estatuto da entidade, realizando operação financeira de vulto sem os necessários esclarecimentos e análise do Conselho Deliberativo. Na acusação consta também que os membros do Conselho Deliberativo nunca teriam recebido as contas e relatórios de atividades, bem como balanço patrimonial da fundação. Os depoimentos demonstram a condução irregular da fundação.
“Até o primeiro semestre de 2011 foram apresentadas as contas. Mas não sei se foi feita a parte legal. Tem que ser publicada. Passa aproximadamente R$ 5 milhões de receita e despesa que deve ser apresentado para toda a sociedade. Este é o meu ponto de vista”, coloca o presidente do Conselho Curador, Adalberto Pizzetti. “Acredito que a Justiça está agindo corretamente. Deve ter motivos para se preocupar com este grande patrimônio”, completou.
Lucas Lemos/Canal Içara