Alterações no clima estima perda de 40% da lavoura de tabaco no município, o que representa cerca de R$ 15,2 milhões. Decreto solicita auxílio do Estado para amenizar o prejuízo no município.
Conhecida por suas belezas naturais, Grão Pará tem sua economia firmada na agricultura, principalmente com as culturas básicas como o fumo, milho e feijão. Neste ano, as alterações climáticas com a estiagem e as chuvas acumuladas das últimas semanas resultaram em prejuízos drásticos, principalmente aos fumicultores.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Grão Pará, Jose Schmitt Bussolo, o município conta com mais de 1,2 mil hectare com plantações de tabaco. A estimativa é que houve perda de mais de 40% das lavouras, o que representa um prejuízo de mais de R$ 15,2 milhões para os agricultores locais. “A estiagem no período de 10 de junho a 30 de setembro, e em seguida uma forte precipitação de chuva entre 7 e 14 de outubro foram os motivos que prejudicaram o desenvolvimento das plantas, resultando também em doenças que amarelaram folhas e mataram muitos pés de fumo”, explica.
A situação é tão preocupante que o prefeito Marcio Borba Blasius decretou, ontem, estado de situação de emergência (Decreto nº 45/2017) e busca apoio do governo do Estado para amenizar o impacto econômico. O sindicato e a Fundação Ambiental Municipal de Grão Pará – Famgp estiveram nas propriedades verificando a situação para a elaboração de um laudo que será levado às autoridades estaduais.
“Encaminhamos um laudo às autoridades e pedimos o apoio do deputado José Nei Ascari que está acompanhando a situação. Solicitamos ao Estado uma linha de crédito especial com juro zero, kit semente, e outras ações para manter essas famílias que ficarão sem renda”, relata Bussolo.
Prejuízos
Ontem, o presidente do sindicato levou a documentação e os registros fotográficos para a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Estado de Santa Catarina – Fetaesc. O objetivo é mostrar as perdas do município na busca de auxílio aos fumicultores que realizam a rotatividade de culturas na propriedade como o milho e feijão. Porém, o clima também não contribui com as lavouras. “A maioria das famílias dependem da renda da safra para o sustento. O clima alterou não só a quantidade, mas a qualidade das folhas que terão preço baixo”, ressalta o representante dos fumicultores no município.
Mais de 98% da produção do fumo está concentrada no Sul do Brasil. Dados do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco apontam que a cultura é desenvolvida em 574 dos 1.191 municípios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. São 144.320 famílias e, aproximadamente, 576 mil pessoas no meio rural que sentirão os efeitos das oscilações climáticas.
Com informações do Portal Notisul