A melhor época para se entender e vivenciar o conceito “oportunismo” é, sem sombra de dúvidas, o período eleitoral, pois é nesta hora que a busca desenfreada para obter vantagens em benefício próprio, sem a preocupação com as questões éticas e morais, manifesta-se descaradamente.
Estamos a exatamente um ano das próximas eleições e os candidatos estão achando os caminhos que os trazem aos seus redutos eleitorais de quatro em quatro anos. Com o mesmo discurso, promessas mais encantadoras ainda, tapinha nos ombros, beijinhos, sorrisos largos, mas passadas as eleições eles hibernam em seus gabinetes, têm vida de luxos e mordomias, esquecem de tudo.
Aqui em nossa região começaram as visitas trazendo verbas para as escolas, restauração das estradas (promessa de todas as campanhas). Alguns estão atacando até de palestrantes, outros patrocinando eventos. Enfim, agora tudo se consegue porque a corrida em busca de votos é desenfreada. E é neste momento que o cidadão precisa fazer uma retrospectiva, tirar um tempo e analisar cada candidato, seus projetos, sua vida presente, mas acima de tudo seu passado, para saber que contribuição tem dado à comunidade. A hora agora é nossa. Vamos nos valorizar e dizer não ao político corrupto, àquele que faz da política uma profissão. Que tal dizer não à reeleição e oxigenar a classe política? Que tal escolhermos quem nunca foi político, para dar oportunidade a tantos outros que podem mudar este cenário, ou pelo menos tentar? Vamos acabar com o “balcão de negócios”…
E falando em oportunismo vale registrar que a morte do Reitor da UFSC abriu um campo enorme para os oportunistas de plantão. Não quero entrar aqui num julgamento de culpa ou não do reitor, mas o que temos visto de corruptos tentando atribuir a culpa da morte aos trabalhos da Policia Federal e Ministério Público, é brincadeira! O debate que se abriu sobre a questão deixou evidente que políticos investigados na Operação Lava Jato estão aproveitando o fato para pedir que se imponha limites na atuação dos responsáveis pela operação, inclusive o ex-presidente envolvido “até o pescoço” nesse rolo compressor chamado “corrupção”.
Já condenado e com tantas outras ações a serem julgadas coloca-se de vítima e, como de costume, quer manipular a opinião da massa. Registre-se aqui também o Ministro Gilmar Mendes que, pelas posturas absurdas adotadas frequentemente, tem se mostrado bastante desafeto em relação à operação de caça aos corruptos (será para proteger alguém ou a si próprio?), usou a morte do reitor para alfinetar autoridades responsáveis. E tantos outros corroboraram usando uma tragédia pessoal para manipular a opinião pública.
É preciso que estejamos atentos a tudo e a todos, e embora muitas vezes nos decepcionemos com nossas escolhas, não podemos fugir ao compromisso do exercício da cidadania, mas ao fazê-lo que o façamos com responsabilidade, fugindo sempre dos oportunistas.