A retirada dos ex-moradores do loteamento irregular Novo Horizonte, em Laguna, foi realizada nessa quarta-feira, mas os problemas para as famílias que viviam no local ainda não terminaram.
Pelo menos, não para sete famílias que permanecem no salão paroquial da igreja São Pedro Apóstolo, em Cabeçudas, e precisam de roupas e comida, conforme o padre Bantu, que abriu as portas da paróquia para as pessoas que estão desalojadas.
“Estamos pedindo doações, pois a Assistência Social da Prefeitura está avaliando o cenário e possíveis soluções para estas pessoas, mas, por enquanto, não há nada definido e eles precisam de alimentação, roupas e produtos de higiene”, conta.
O grupo Coração Solidário de Tubarão também organiza uma campanha de arrecadação de doações para os ex-moradores do Novo Horizonte. “Alimentos, produtos de higiene, roupas e outras doações podem ser deixadas nos nossos pontos de arrecadação em Tubarão, que serão entregues no local, enquanto essas famílias aguardam retorno da prefeitura sobre uma solução mais definitiva”, diz a voluntária Zeli Assunção, que também recolhe doações.
Segundo padre Bantu, existe uma cozinha que está sendo usada para preparar alimentos, mas há uma preocupação com a questão da higiene pessoal. “As pessoas estão tomando banho em um ginásio da prefeitura, mas ele só funciona de segunda a sexta-feira, então, estamos preocupados em relação ao fim de semana”, relata o padre.
De acordo com o prefeito Mauro Candemil, a prefeitura está acompanhando a situação das famílias e pode abrir o benefício do aluguel social ou buscar outras alternativas. “Pode ser que tenha ocorrido alguma falha quando fizemos o cadastro das famílias em situação de vulnerabilidade. Estamos revendo e vamos ajustar. Encontraremos uma solução dentro da legalidade para esta situação”, promete.
Segundo Candemil, existe hoje um projeto de lei em tramitação na Câmara de Vereadores para abrir dez vagas na frente de trabalho da prefeitura, justamente com o objetivo de ofertar emprego e renda para as famílias em situação de vulnerabilidade que tiveram que deixar o Novo Horizonte.
Quem deseja fazer doações para as famílias, pode levar os produtos na igreja de Cabeçudas ou entrar em contato com Zeli, do grupo Coração Solidário de Tubarão, através do telefone (48) 9985-2771.
Entenda
O loteamento clandestino é alvo de uma ação de reintegração de posse da antiga Companhia de Distritos Industriais de Santa Catarina – Codisc. Logo, o Governo do Estado é proprietário do terreno. Há alguns anos, a Justiça já havia determinado a desocupação, que acabou não sendo efetuada e o prazo foi transferido várias vezes. Segundo informações da Casan, existe grande risco ambiental, pois o loteamento clandestino está localizado em uma área onde há um posto de captação da Casan, o que poderia comprometer o abastecimento de água de toda a cidade.
Com informações do Jornal Diário do Sul