Conforme as investigações, petróleo pode ter sido subtraído de duto que passa por Itapoá, onde houve um vazamento no mês passado.
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Uma refinaria suspeita de operar de forma irregular foi descoberta em São Francisco do Sul, no Norte do estado. A suspeita é de que estava sendo usado petróleo roubado da Petrobrás. No Brasil, somente a estatal tem autorização pra manusear e refinar petróleo.
Uma força-tarefa que envolveu Policia Rodoviária Federal – PRF, a Polícia Civil, o Instituto Geral de Perícias – IGP e o Ibama, investigava a atuação da empresa, que oficialmente fazia apenas reciclagem de resíduos de óleo. A abordagem foi feita nesta sexta.
Esse petróleo, conforme as suspeitas da polícia, seria roubado do duto que passa por Itapoá, no Litoral Norte do estado, onde foi identificado um vazamento, no mês passado, causado justamente por uma ligação clandestina.
A Polícia Civil acredita que o produto feito a partir desse petróleo tenha sido comercializado. “Não há motivos para não acreditar que parte ou todo o petróleo que foi tirado das tubulações de Itapoá – e que gerou aquele acidente – não tenham sido levados para refino e processamento, e depois venda ilegal no mercado”, afirma o delegado Marcel Araújo de Oliveira, de São Francisco do Sul.
“Há suspeita de que eles consigam invadir um oleoduto da Petrobras, consigam fazer desvio e durante a noite e alimentem um caminhão-tanque”, disse Adriano Fiamoncini, chefe de comunicação da PRF. Segundo Fiamoncini, existe a possibilidade de que o petróleo pode ter sido transportado para outros estados, ou refinado no próprio local e comercializado ilegalmente.
Amostras recolhidas
Numa inspeção visual, os técnicos desconfiaram que o material produzido na refinaria não fosse resultado da reciclagem de óleo de navios, como a empresa dizia oficialmente. A textura e o cheiro reforçaram a suspeita de que fosse petróleo.
Técnicos da Petrobrás recolheram amostras do que estava nos tanques da empresa. O material foi levado de helicóptero pra análise em um laboratório da estatal no Paraná. A primeira análise, falava em características de óleo diesel, mas o teste concluiu que na verdade se tratava de um combustível de composição parecida, o querosene – mas de aparência escura por ter passado por separação “ineficiente”.
Para a polícia, a comprovação é suficiente pra considerar o local como uma refinaria clandestina. A Ilhéu Reciclagem de Resíduos de Óleo tinha licenças da Fundação do Meio Ambiente – Fatma pra operar, mas descumpria os termos. O Ibama embargou a fábrica e aplicou três multas, que somadas passam de R$ 110 mil.
Os responsáveis pela empresa estavam no local durante a operação e não quiseram falar com a reportagem. A reportagem não conseguiu, na noite desta sexta-feira, contato com a Transpetro, subsidiária da Petrobras, para comentar o caso.
Com informações do site G1 SC