Pesquisadores da Universidade do Estado de Santa Catarina – Udesc registraram nesse fim de semana a morte de mais um boto da espécie Tursiops truncatus, conhecida popularmente por boto da tainha ou boto pescador. O óbito foi constatado no Balneário Esplanada, município de Jaguaruna.
De acordo com os biólogos do projeto Boto Pescador, as lesões encontradas no animal durante a necropsia indicam um tipo de lobomicose.
A lobomicose é uma doença causada pelo fungo Lacazia loboi, que, além de acometer pequenos cetáceos, ocorre também em humanos. O número de relatos em nível mundial aparentemente tem aumentado e está provavelmente relacionado à poluição das águas por diversos agentes, como rejeitos industriais, agrotóxicos, esgoto doméstico e combustíveis.
“Ela ocorre em seres humanos, mesmo não havendo o contato direto com os golfinhos. As pesquisas indicam que a poluição leva à imunossupressão, diminuindo as defesas naturais do individuo, propiciando o desenvolvimento da doença”, informou o biólogo da Udesc, Pedro Castilho.
De 2012 até agora, já foram registradas as mortes de 23 botos ao longo do Litoral Centro-Sul de Santa Catarina e Complexo Lagunar, que abrangem três lagoas (Santo Antônio dos Anjos, Imaruí e Mirim), além do rio Tubarão. Do total de óbitos, 13 foram de botos que nasceram e se desenvolveram na região. De acordo com os biólogos, muitos morreram de causas naturais, emalhados em redes de pesca ou por doenças relacionadas com as condições deficitárias do meio ambiente.
O projeto Boto Pescador, vinculado à Udesc, busca parcerias para reverter os números negativos. A intenção dos pesquisadores é fazer um estudo detalhado de todo o complexo lagunar, por meio da alta tecnologia. Ontem, os estudiosos percorreram boa parte da lagoa Santo Antônio dos Anjos, justamente para registrar a situação do local.
Com informações do Jornal Diário do Sul