Cabeleireiro ensinou profissão para 12 pessoas. Médica e dentista atenderam juntos mais de 400 refugiados em 15 dias.
Três moradores de Criciúma, viram na profissão uma forma de ajudar os refugiados da guerra da Síria. Com recursos próprios, eles foram para a Jordânia e atenderam voluntariamente diversas famílias refugiadas que fugiram para o país.
Patrícia Martins, Guilherme Naspolini e Thiago Lorenzetti fazem parte do grupo do Sul de Santa Catarina que ficou 15 dias no país. Eles retornaram no início de maio e contam que os poucos dias foram suficientes para fazer o bem e trazer muitas histórias e experiências na bagagem.
Patrícia é médica e fez mais de 300 atendimentos aos refugiados. O marido dela, Guilherme, é dentistas recebeu mais de 100 pacientes em um consultório emprestado. Já Thiago é cabeleireiro e ensinou a profissão para 12 refugiados da Séria.
“Na Jordânia os refugiados são totalmente discriminados. Entendemos que com a profissão de barbeiro eles poderiam executar de maneira informal atendendo parentes, famílias, vizinhos e através dessa profissão conseguir o sustento pra suas famílias’, diz Thiago.
“A profissão significa dar esperança, um norte, uma maneira de outras pessoas recomeçarem”, diz o cabeleireiro Thiago.
Entre os desafios estava conquistar a confiança dos refugiados, conseguir se comunicar em árabe e, no caso da Patrícia, garantir a continuidade do tratamento dos pacientes. “Todo dia foi feita compra de vários medicamentos para essas famílias saírem com seus medicamentos doados mesmo”, conta a médica. “O que mais me impactou foi a história de vida delas a parte psicológica muito abalada. Vi crianças com marca de tiros, queimadas e isso impacta bastante a gente’, afirma.
Guilherme também conseguiu fazer diferença na vida dos refugiados. “Lá esses atendimentos, de uma certa forma ou de outra, surte um resultado na vida deles porque a gente quis levar o amor, não só o atendimento odontológico em si”, detalha o dentista.
O voluntariado na Jordânia acabou, mas o aprendizado não.
“Faz a gente pensar nas prioridades, no que a gente dá valor. São pessoas que perderam tudo”, diz a médica Patrícia.
‘Aprendi tanto quanto eles aprenderam: eles aprenderam uma profissão; eu aprendi porque que eu executo a minha profissão’, afirma Thiago.
Com informações do site G1 SC