Segurança

Estelionatários são presos ao tentarem aplicar golpe do bilhete premiado em Orleans

A idosa foi abordada no centro da cidade e desconfiou do golpe.

Movimentação da Polícia Militar na Praça Celso Ramos, local onde aconteceu o crime – Foto: Sul In Foco

Três estelionatários foram presos em flagrante na tarde desta quarta-feira (03), ao tentarem aplicar o golpe do bilhete premiado em Orleans. A vítima seria uma idosa que acabou desconfiando e retardando a ação dos suspeitos, o que possibilitou o acionamento da Polícia Militar e sua condução a delegacia. A prisão dos dois homens e uma mulher foi realizada pela Polícia Militar e Civil no centro da cidade, próximo a Praça Celso Ramos.

A Polícia Civil foi acionada por uma testemunha que flagrou a conversa dos golpistas junto à vítima. Da delegacia, a Polícia Militar foi informada e com um agente da civil, efetuaram a abordagem dos criminosos.

Segundo o delegado da Polícia Civil de Orleans, Bruno Sinibaldi, um dos acusados foi identificado por aplicar o mesmo golpe na cidade por duas vezes já. “Eles estavam tentando aplicar o golpe novamente. São de fora do estado e foram reconhecidos como autores de outros golpes. Um homem e uma mulher foram identificados de imediato pela idosa no dia de hoje quando levados à delegacia. Foram autuados em flagrante e responderão por associação criminosa e tentativa de estelionato contra o idoso”, afirma.

Nos últimos meses, a Polícia Civil identificou dois golpes com prejuízos às vítimas em Orleans. Delas, os criminosos levaram cerca de R$ 30mil. “Após a realização dos saques pela própria vítima, os suspeitos geralmente as deixavam às margens da SC-108, duas das vezes em Cocal do Sul, mas geralmente em locais em que a vítima tivesse dificuldade de se localizar e tão logo acionar a polícia, facilitando a fuga. Felizmente no caso de hoje não houve prejuízo. A vítima já estava desconfiando e isso impediu que o golpe fosse aplicado de imediato”, relata o delegado.

Os criminosos presos nesta quarta-feira foram encaminhados ao Presídio Santa Augusta. Segundo o delegado, existem diversas quadrilhas destes tipos de crimes atuando pelo Estado. “A população sempre é alertada pela polícia e isso já foi por diversas vezes noticiado. Dinheiro não cai do céu. Não existe dinheiro fácil. Ninguém vai chegar em sã consciência para uma pessoa e dizer que está premiado e dará parte do prêmio para uma pessoa que se dispõe a ajudá-lo. Em boa parte destes crimes, parcela de culpa é da vítima pela ganância na possibilidade de dividir parte do prêmio. Desconfiou, liga para a polícia, 190 ou 181”, lembra o delegado.

Como funciona o golpe?

É um golpe antigo que remonta a década de 1940. Entre os fatores que influenciam no golpe estão a lábia do criminoso, a ingenuidade das pessoas e a perspectiva de ganho fácil de ambos os lados.

A vítima está sempre sozinha. Em alguns casos, um homem mais velho com aparência simples pede ajuda. Diz que ganhou na loteria, mas que é analfabeto e que está sem documentos. Em troca de ajuda para sacar o dinheiro, oferece 10% do valor do prêmio.

Um segundo golpista se apresenta como advogado ou qualquer outro profissional, oferece ajuda e liga para uma suposta lotérica. Do outro lado da linha, um terceiro envolvido confirma os números do bilhete premiado.

Para dar credibilidade, geralmente o golpista que se passa por advogado saca uma alta quantia. Na verdade, são apenas algumas notas recheadas com papel, dando a ideia de que há muito dinheiro ali.

No caso de hoje, para dar uma legitimidade no golpe, os criminosos chegaram a apresentar à vítima um grande maço de notas, recheado de notas de R$ 2,00 na parte interna e na parte externa com poucas notas de R$ 100,00, dinheiro este que foi apreendido no procedimento. Foi apreendido também o bilhete supostamente premiado.

A vítima saca os valores, repassa aos criminosos e os mesmos as abandonam ou pedem para buscar algo em algum lugar para distrair a vítima e fugirem.

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