Delegado Antônio Márcio Campos Neves trata o caso com cautela.
A avó de uma criança esteve na Delegacia de Proteção à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso de Criciúma nesta quarta-feira para fazer denunciar um caso ocorrido em uma escola de Criciúma. Segundo a mulher, de 54 anos, a neta foi fotografada só de calcinha, com um papelão na cabeça, junto com outras alunas no banheiro da instituição de ensino.
“Isso aconteceu no final do ano passado, umas duas semanas antes das crianças entrarem em férias. Daí agora a minha filha não queria mais ir à escola. Só então fui saber disso pela boca de uma amiguinha dela”, conta a avó. “Ela disse que colocaram um papelão no rosto das crianças e fizeram foto de frente, de lado e de costas”, relata a mulher. “E não foi só ela. Havia mais crianças na hora. Chama a atenção que ela tem muito medo de voltar à escola, não sei se não fizeram mais alguma coisa”, afirma.
O delegado Antônio Márcio Campos Neves frisa que é preciso ter muito cuidado ao abordar casos desse tipo. “Em muitas ocasiões está pegando fogo num fósforo, as pessoas vêm aqui e dizem que está pegando fogo na floresta. Por enquanto não temos nada de concreto. Falta saber muita coisa ainda para saber se houve um crime. Com as informações que ela (a avó da criança) nos passou, não é possível enquadrar em nenhum artigo do código penal”, explica. “Registramos no Boletim de Ocorrência como ‘importunação ofensiva ao pudor’”.
“Precisamos saber em que circunstâncias a foto foi tirada. Agora vamos procurar ouvir mais envolvidos para saber mais sobre o caso”, afirma. Prevendo que a imprensa possa abordar o caso de forma sensacionalista, Neves pediu cautela. “Não vamos tratar esse caso como prioridade porque temos outros muito mais graves e o nosso efetivo é muito aquém do que se pode considerar razoável. Não estabelecemos prioridades de acordo com a repercussão, e sim com o que a lei considera mais grave”, afirma.
A Tribuna
