O Terminal Pesqueiro de Laguna foi citado na delação do ex-executivo da Odebrecht João Borba Filho. Segundo o delator, R$ 33,6 mil teriam sido pagos a cinco codinomes, que o delator diz não saber quem são. O porto já havia sido citado na operação Lava Jato, que indicou pagamento de vantagens indevidas da empreiteira Odebrecht em diversas obras no país.
Na citação, de acordo com Borba Filho, muitos contratos da Odebrecht foram paralisados em 2004 na região Sul e essas obras ficavam sem responsáveis, apenas com “equipe de segundo escalão cuidando da parte burocrática”. “No porto de Laguna houve esse pagamento de R$ 33,6 mil”, afirma o delator.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo – Codesp, à qual o porto é conveniado, deverá se manifestar sobre o caso hoje. O administrador do terminal, Evandro de Almeida, informa que administra o local há seis meses e que “não está a par do que aconteceu no passado”.
Segundo um engenheiro do Terminal Pesqueiro de Laguna, as obras da Odebrecht foram realizadas de 2001 a 2008 para abertura dos Molhes da Barra, de modo a facilitar o acesso das embarcações ao terminal.
João Borba Filho diz na delação que não sabe quem são as pessoas que supostamente receberam o dinheiro, apenas menciona os cinco codinomes e quanto cada um teria recebido. São eles Alemão, que recebeu R$ 10.500; Figueirense, R$ 10.400; Lagoa, R$ 2.600; Operador Local, R$ 7.500; e Operador, R$ 2.600 referentes ao recebimento de uma fatura no valor bruto.
“Essas obras paralisaram porque tinham muitos pagamentos de faturas, de serviços efetuados que não foram pagos. Então, houve em determinado momento um acordo, provável, que quando saíssem esses pagamentos seria devido àquelas pessoas um valor percentual do recebimento”, afirma o delator.
Codinomes
A delação não deixa claro se o pagamento para os codinomes era uma condição para que as obras no porto de Laguna fossem retomadas e se elas foram retomadas após o suposto pagamento. Os nomes das pessoas envolvidas não foram divulgados. Apenas seus codinomes aparecem em troca de e-mails com Benedicto Júnior dizendo que houve realmente o recebimento e o valor acordado. A obra do porto de Laguna, feita pelo consórcio Molhe Sul, do qual a Odebrecht fazia parte, foi finalizada em 2008.
Com infromações do Jornal Diário do Sul