Não bastasse o desgaste por conta do reajuste dos medicamentos, orientado pelo Ministério da Saúde sempre no mês de abril, as farmácias de Santa Catarina estão lidando com uma pesada negociação com os trabalhadores visando a definição da nova convenção coletiva. Não tem havido avanços nas discussões sobre o reajuste.
“Nós oferecemos o INPC, eles querem equiparação com o piso oferecido na região de Itajaí”, informa o presidente do Sindicato do Comércio de Produtos Farmacêuticos de Criciúma e Região – Sincofarma, Nei Constante. Acontece que as farmácias de Itajaí e municípios vizinhos aprovaram, na última semana, acréscimo do piso dos farmacêuticos para R$ 3,6 mil.
“Acontece que, lá, 80% das farmácias pertencem a farmacêuticos. Logo, eles reajustaram pois são, na maioria, donos dos estabelecimentos. Aqui acontece o contrário, nem 25% das farmácias pertencem a farmacêuticos”, explica Constante.
O presidente não vê, porém, chances de greve. “Estou há 19 anos no ramo, faz nove anos que integro, em nome do sindicato, a mesa de negociações com os farmacêuticos, e sempre chegamos a um acordo”, lembra. A próxima reunião está marcada para quinta-feira, em Florianópolis. “Esperamos que seja a definitiva, já que nossa data-base é março”, completa Constante. Os patronais projetam salários de no máximo R$ 2,9 mil para a categoria.
A regional de Criciúma do sindicato abrange a AMREC (menos Orleans e Lauro Müller), e toda a AMESC, em um total de 25 municípios. Na soma são 450 farmácias de Passo de Torres a Urussanga. Somente em Criciúma são 148, uma média de uma farmácia para 1,4 mil habitantes, muito diante do preconizado pela Organização Mundial da Saúde – OMS que em 2002 estabelecia uma para cada 5 mil habitantes. “Para atender a demanda, cada farmácia conta com pelo menos dois farmacêuticos, já que a carga horária de cada profissional é de 44 horas semanais, e conforme a lei a farmácia não pode abrir sem um farmacêutico credenciado no local”, concluiu Constante.
Com informações de Denis Luciano / Portal Engeplus