Colaboradores, moradores, vereadores e representantes do sindicato se reuniram, nessa quarta-feira (29), em frente à unidade hospitalar.
Mais de 400 pessoas foram ao bairro Rio Maina, na tarde dessa quarta-feira (29), para um verdadeiro abraço no Hospital Psiquiátrico de Criciúma. Entre os presentes, muita indignação por conta da possibilidade do serviço não ser mais oferecido pelo Sistema Único de Saúde – SUS, o que deixa os pacientes e seus responsáveis preocupados.
O abraço foi tomado pela emoção. Muitos pais e responsáveis foram com seus entes queridos, que participam do atendimento no hospital. Na cidade a cada 15 dias, a dona de casa Custódia Costa, que é tutora de uma paciente, de 57 anos, participou da manifestação e expôs a sua indignação com a situação. “Há um ano e três meses que viemos para cá. Só pedimos um pouco mais de atenção dos nossos governantes. Se esse hospital fechar, o que vai ser de nós?”, questionou.
Opinião reforçada pela também dona de casa, Claudete da Silva, que tem dois sobrinhos internados na instituição. Segundo ela, caso o atendimento encerre pelo SUS, a família não teria condições de cuidar do casal de irmãos. “Nós somos carentes, eles são órfãos de pais. O que vamos fazer? Estou preocupada porque sei que aqui eles estão sendo bem atendidos”, comentou emocionada.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Criciúma e Região – Sindisaúde, Cléber Cândido, essa luta pela manutenção da unidade é antiga. “Há pelo menos cinco anos que estamos batalhando pelos direitos, tanto dos trabalhadores quanto dos pacientes. Eles têm que continuar a receber esse serviço e vamos seguir lutando para que ninguém seja afetado”, comentou.
No local, balões brancos foram distribuídos para os presentes, além de uma faixa preta que representou um protesto silencioso pela forma de que o hospital vem sido tratado.
Ajuda do poder público
Alguns vereadores de Criciúma participaram do abraço solidário. O presidente da Câmara, Julio Colombo (PSB), manifestou a solidariedade dos vereadores com a situação. “Não podemos mais permitir que o trabalho seja rompido. Ficamos triste em ligar o rádio todos os dias e nos deparar com tantas notícias ruins sobre a saúde”, falou.
O diretor administrativo da Casa de Saúde, Marcelo Sottana, explicou que o local está trabalhando na sua capacidade máxima. “Atendemos ao todo 42 municípios da região e estamos com 101 pacientes, que é a nossa capacidade máxima. Fora a falta de repasse, temos também o problema da fila de espera, onde temos aproximadamente 120 pessoas aguardando atendimento”, pontua.
O presidente da Câmara afirmou que estará articulando com a Comissão Municipal de Saúde soluções para levar até a Administração Municipal. “Aguardamos que até a próxima semana, tenhamos boas notícias e que tudo se normalize”, espera Sottana.
A mobilização começou a ser organizada após a direção anunciar que o hospital poderá deixar de atender pelo SUS, caso os repasses feitos pelos municípios atendidos e pelo Governo Federal não aumentem. O principal problema alegado pela instituição está no valor pago por meio de contratos e convênios, que não seria suficiente para suprir as despesas com pacientes, fornecedores e profissionais.
Segundo a instituição, a tabela SUS tem o valor de R$ 49,90 por paciente e o custo diário com cada atendimento está em torno de R$ 149,35.
Com informações do Portal DN Sul